Eleito, Doria quer acabar com 'indústria da multa' e conceder ciclovias

Do UOL, em São Paulo

Eleito prefeito de São Paulo com mais de 3 milhões de votos, o empresário João Doria (PSDB) afirmou que irá acabar com a "indústria da multa". "Há uma obsessão pela multa", disse o tucano em entrevista ao "Café com Jornal", da TV Bandeirantes, na manhã desta segunda (3).

O próximo prefeito de São Paulo disse que irá tirar os guardas municipais da função de multar, mas, apesar de criticar os números de radares na cidade (mais de 900), não falou em diminuir. 

Doria relembrou a promessa de sua campanha e irá alterar os limites de velocidades nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros para até 90 km/h. Atualmente, a velocidade máxima permitida nas vias é de 70 km/h.

Já os limites em outras avenidas, como a 23 de Maio e a Bandeirantes, não devem ser modificados em um primeiro momento. "Vamos manter e estudar caso a caso. Não sou contra redução de velocidade. Ela é construtiva, mas é preciso olhar. Por isso, nas marginais, tomamos essa decisão com base técnica", comentou o prefeito eleito.

Doria não acredita que a velocidade seja a principal causa de acidentes de trânsito. "O maior fator gerador de acidente é o uso de celular ao dirigir", disse o tucano, que pediu aos telespectadores para quem não usem o aparelho ao conduzir um veículo.

Outro ponto de polêmica da gestão do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), as ciclovias "serão mantidas e preservadas onde funcionam bem", prometeu Doria, que pretende concessioná-las ao setor privado.

"Não é privatização, é concessão", disse ao apresentador do "Café com Jornal", Luiz Megale, que citou o termo "privatização". "Vamos preservar a ciclovia com o setor privado", comentou o tucano.

Segundo Doria, a concessão será similar ao que é feito nas ciclofaixas de lazer, que funcionam apenas aos domingos e feriados na capital paulista. "[Elas] já estão com uma publicidade discreta, não rompe com a [lei] 'Cidade Limpa', é discreta".

Em sua gestão, o prefeito eleito disse que quer tirar o custo do setor público e colocá-lo no setor privado. "Sem desemprego", afirmou.

Paulista continuará fechada

O tucano quer manter e ampliar o programa que fechar ruas das cidades aos domingos. "Vai ser ampliado", disse, citando que manterá a avenida Paulista fechada para o uso dos pedestres. Ele ainda que colocar mais atrações culturais nas ruas com tráfego bloqueado para veículos. "Vamos incentivar ruas de lazer para música e atividades culturais".

Doria também quer o apoio do setor privado para melhorar as calçadas da cidade. "São tão ruins quanto as ruas. Onde houver comércio, vamos convidar comerciantes a ajudar nesse processo", disse o tucano, que é favorável a calçadas "mais simples" na cidade.

Doria diz que manterá ciclovias e Paulista aberta a pedestres

O prefeito eleito também quer uma mudança de comportamento de empresas como Sabesp e Eletropaulo. "Arrebentam a cidade [em obras] e fazem um tapa-buraco de qualquer jeito. Ao fazer serviço público, vamos ter que recapear 100 metros e não fazer pequenos remendinhos".

Com a Eletropaulo, Doria também irá pedir o aterramento da fiação de postes da cidade. "A lei traz obrigação [para o aterramento], mas não há pena. Primeiro, vamos tentar no diálogo", disse o político, que citou o espaço que os postes ocupam na cidade.

A favor de parcerias, o tucano disse que não irá construir novas creches. "Custa muito e leva muito tempo para ficar pronto".

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