Em sua primeira entrevista nesta segunda-feira (3) como prefeito eleito de São Paulo (SP), ao Bom Dia São Paulo, da "TV Globo", João Doria (PSDB) voltou a dizer que não é um político e que pretende zerar o déficit de pessoas que aguardam para fazer exames médicos na rede municipal de saúde no prazo de um ano, bem como o número de crianças fora das creches.

Doria afirmou ainda que vai alterar a velocidade das marginais na primeira semana no cargo. "Só não mudamos no dia seguinte porque é preciso arrumar as placas, a sinalização", disse. Segundo o tucano, com campanhas de sinalização e educação, entre outras medidas, o número de mortes no trânsito não irá aumentar.

O prefeito eleito declarou que a vitória com números tão expressivos foi uma surpresa. "Não imaginávamos uma vitória tão expressiva e histórica, ainda mais para alguém de fora da política. Mas isso só aumenta a nossa responsabilidade, é uma honra", disse.

Questionado sobre o número de eleitores insatisfeitos – os votos em branco e nulos, somados às abstenções, foram maiores que a sua votação -, Doria afirmou que isso mostra a insatisfação da população com os políticos, uma coisa que "não sou e nunca serei". "O recado das ruas é que é preciso uma boa gestão", disse o tucano.

Doria disse que irá promover uma desestatização da prefeitura, e o complexo do Anhembi será o primeiro a ser privatizado, seguido pelo autódromo e kartódromo de Interlagos. Segundo o tucano, os recursos serão empregados na educação e saúde, sua prioridade "1, 2 e 3".

Por fim, Doria disse que já recebeu a ligação do prefeito Fernando Haddad (PT), colocando a sua equipe à disposição do tucano para iniciar o processo de transição, que será feita de "forma republicana". O tucano não quis adiantar nomes para o seu secretariado, mas disse que pretende diminuir o número de pastas e aumentar a sua eficiência.

Vitória histórica na capital paulista

João Doria (PSDB), um novato em eleições, foi eleito no primeiro turno prefeito de São Paulo, maior cidade do país, neste domingo (2). Com isso, pela segunda vez, o PSDB comandará a Prefeitura paulistana, dez anos após José Serra abandonar o cargo, antes da metade do mandato, para disputar a eleição para governador.

O tucano é o primeiro a vencer a corrida paulistana sem disputar o segundo turno desde a redemocratização. Com 100% das urnas apuradas, Doria obteve 53,3% dos votos válidos contra 16,7% do atual prefeito, Fernando Haddad. Celso Russomanno (PRB) ficou em terceiro com 13,6%, seguido por Marta Suplicy (PMDB), 10,1%, e Luiza Erundina (PSOL), 3,2%.