Após Kalil citar lista de Furnas, Leite abre ação contra adversário em BH

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

  • Uarlen Valerio/ O Tempo

    João Leite (PSDB, à esq.) e Alexandre Kalil (PHS, à dir.) no debate da RedeTV!

    João Leite (PSDB, à esq.) e Alexandre Kalil (PHS, à dir.) no debate da RedeTV!

O tom agressivo e as ofensas no debate UOL, Rede TV! e Veja, na noite de sexta-feira (21), entre os candidatos Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB), judicializou a campanha eleitoral em Belo Horizonte.

Leite entrou com ação de notícia crime no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais contra Kalil, neste domingo (23) acusando-o de calúnia e difamação por divulgar "fatos inverídicos". No debate, Kalil acusou Leite de integrar a lista de Furnas e de ter recebido propina no esquema de corrupção e desvio de verbas públicas da estatal de energia.

"O nome dele (João Leite) está na lista e qualquer um pode olhar lá", afirmou Kalil durante o debate. 
"Falou que eu roubo...Eu roubo, mas não peço propina em Furnas", disse o candidato do PHS.

A assessoria de Kalil informou que somente vai comentar a ação no TRE após o comitê de campanha do candidato ser notificado.

Investigações de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na estatal Furnas, no início da década de 2000, revelaram uma lista, que ficou conhecida como "Lista de Furnas", que tinha o nome de ministros, magistrados e parlamentares que teriam ligação com o PSDB e PFL (legenda que deu origem ao DEM). Mais tarde, investigação da Polícia Civil de Minas Gerais apontou que a lista era "falsa" e que teria sido criada por um lobista acusado de tentar extorquir autoridades.

Lista é "uma fraude", diz advogado

O coordenador da campanha eleitoral de Alexandre Kalil (PHS), o advogado Gabriel Azevedo, afirmou na noite deste domingo (23) que "a lista de Furnas é falsa. É mentirosa. Foi uma fraude".

Questionado sobre por que não havia alertado Kalil sobre o fato,  o advogado afirmou que o "debate teve um clima muito quente".

"Lamento as acusações que foram trocadas entre os candidatos. Não estive com ele (Kalil) depois do debate para conversar sobre isso", disse Azevedo.

Azevedo, em 2011, pertencia à chamada "Turma do Chapéu", grupo com atuação política em Belo Horizonte, ligado ao PSDB, e detalhou em artigo publicado em página no Twitter da "Turma do Chapéu" como teria sido fraudada a lista de Furnas. No artigo, o advogado acusa membros do PT de terem forjado a "lista patética" para atingir o PSDB.

"Confirmo tudo que escrevi à época, a lista é mentirosa", afirmou Azevedo.

Após a publicação desta reportagem, Gabriel Azevedo, entrou em contato por telefone com o UOL e pediu para incluir o texto abaixo, ditado pelo advogado: "Toda documentação tem suas controvérsias. Lamentavelmente, no caso de Furnas, as ações de agentes públicos estão sendo investigadas, e com as operações da Lava Jato resta provado que a estatal é alvo".

 

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