PR: avessos à 'velha política', Greca e Leprevost buscam votos em carreatas

Janaina Garcia e Rafael Moro Martins

Do UOL, em Curitiba

  • Divulgação

    As carreatas foram o principal instrumento de campanha em Curitiba neste sábado

    As carreatas foram o principal instrumento de campanha em Curitiba neste sábado

Na véspera do segundo turno para a Prefeitura de Curitiba, os candidatos Rafael Greca (PMN) e Ney Leprevost (PSD) lançaram mão de um surrado recurso das campanhas eleitorais: as carreatas. Eles se oferecem ao eleitorado curitibano, respectivamente, como "o gestor experiente" e "a nova política".

Em um sábado cinzento com temperatura mínima de 11ºC e garoa, Greca disse ter percorrido boa parte da cidade de carro.

Leprevost, por sua vez, dedicou atenção especial aos bairros da região sul da capital --que concentram boa parte da população de mais baixa renda--, acompanhado do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, principal cabo eleitoral do parlamentar.

Pesquisa Ibope divulgada na noite deste sábado (29) mostra os dois candidatos em empate técnico: Greca com 51% dos votos válidos e Leprevost, com 49%. Os votos válidos não levam em conta os votos brancos, nulos e de eleitores indecisos. Considerando-se também os votos brancos e nulos (14%) e os eleitores indecisos (5%), Greca aparece com 41% e Leprevost, com 40%.

Greca sem Richa

Sem a presença de seu principal apoiador, o governador Beto Richa (PSDB), Greca começou a carreata pelo Cajuru, na zona leste. Dali, seguiu para Boa Vista, Santa Felicidade. Por fim, concentrou esforços na zona sul: passou por Portão, CIC, Boqueirão, Bairro Novo e Pinheirinho. O encerramento, no começo da noite, seria no Tatuquara, também no extremo sul. Durante a campanha, o candidato do PMN chegou a se irritar com perguntas sobre a ausência de Richa em suas agendas.

Divulgação
O candidato do PMN à Prefeitura de Curitiba, Rafael Greca (à esq.), fez carreatas neste sábado pela periferia da cidade

Greca afirmou que o recurso da carreata não é novidade, mas defendeu que só assim "conseguiria percorrer todos os 75 bairros" de Curitiba. "A gente acaba atingindo um número muito maior de pessoas dessa forma", disse. Ele afirma ter recebido "poucas manifestações depreciativas e muitas de alegria" pela campanha.

Indagado sobre a reta final de uma campanha marcadamente agressiva entre ele e Leprevost, disse: "Ataques que o adversário fez à minha campanha foram revertidos pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral]. A resposta a eles é essa", respondeu, sem entrar em detalhes.

Rafael Moro Martins/UOL
O candidato do PSD, Ney Leprevost, fez campanha na torcida organizada do Atlético-PR

Leprevost com organizada do Atlético

Leprevost esteve na Cidade Industrial, Pinheirinho, Sitio Cercado, Xaxim e Boqueirão, todos na zona sul. Segundo pesquisa do Ibope, o adversário dele lidera entre o eleitorado com renda de dois a cinco salários mínimos: 46% a 36%. Nas zonas eleitorais que abrangem os bairros da zona sul, o candidato do PSD também teve seu pior desempenho no primeiro turno.

"Cuidem de mim que eu vou cuidar de vocês", disse, aos eleitores, repetindo um bordão que vem usando ao longo da campanha. Entre as carreatas, o político fez caminhadas rápidas no Uberaba e no Boqueirão, dois bairros da zona sul, e uma parada em torcida organizada do Atlético Paranaense, que enfrentaria o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro neste sábado.

Ali, foi recebido com aplausos, abraçou torcedores e fez um discurso rápido. "Vim pedir o voto daquele que ainda não tem candidato definido. Chegou a hora da nova política, de dizermos não à velha política do adversário", falou.

Ao terminar sua fala, ouviu gritos de "veste a camisa". Ela não veio, mas apareceu um boné rubro-negro; algo encabulado, Leprevost --que é atleticano, "mas não fanático"-- o colocou e posou para fotos. "Não recebi convite [para ir falar a torcedores do arquirrival Coritiba]. Se me chamarem, vou também", falou ao UOL, na saída.

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