Cármen Lúcia defende voto obrigatório até que país garanta educação

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

  • CHELLO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

    A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura

    A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, disse neste domingo (30), em Belo Horizonte, que ficou "surpresa" com os altos índices de abstenção, votos nulos e brancos nas eleições municipais deste ano, e defendeu que seja mantida a obrigatoriedade do voto até que a população tenha "suficiente informação" para escolher os seus governantes.

"Sou favorável ao voto obrigatório até que educação no Brasil garanta que todo mundo tenha suficiente informação, para poder se posicionar com liberdade absoluta", disse Cármen Lúcia.

A ministra votou por volta de 12h no Colégio Santo Agostinho, no bairro de mesmo nome, na região centro-sul da capital mineira. Ela chegou de táxi, sozinha e sem seguranças.

Vestia um terninho cinza, blusa branca, e um lenço amarrado ao pescoço, sapato mocassim  de salto baixo e óculos escuro. Cármen Lúcia entrou na fila em sua seção eleitoral, dois homens e uma mulher que esperavam para votar lhe ofereceram o lugar, mas a ministra recusou.

"Estou aqui hoje somente como cidadã", afirmou.

Demorou cerca de 40 segundos para votar e disse que estava "surpresa" com a quantidade de votos nulos, brancos e abstenções no primeiro turno das eleições municipais.

"O cidadão exerce seu direito de voto e esse direito, por sua vez, lhe dá possibilidades de opção", disse a presidente do Supremo.

"O voto nulo e branco, principalmente, mais até do que a abstenção, é também uma forma do cidadão dizer alguma coisa. Com esse voto nulo ou branco, ele está dizendo alguma coisa", afirma Cármen Lúcia.

"É com esse voto, qualquer que seja ele, que nós podemos nos posicionar", afirmou Cármen Lúcia.

Na saída da escola, a ministra cumprimentou algumas pessoas que a reconheceram e entrou novamente no táxi, que a esperava.

"O que nós estamos fazendo aqui hoje é dizendo o que queremos para o nosso município nos próximo quatro anos", disse já dentro do carro.

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