Emanuel Pinheiro, do PMDB, é eleito prefeito de Cuiabá

Colaboração para o UOL

  • Reprodução/Facebook

    Emanuel Pinheiro (PMDB) tentava pela segunda vez ser prefeito de Cuiabá

    Emanuel Pinheiro (PMDB) tentava pela segunda vez ser prefeito de Cuiabá

O deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB) foi eleito prefeito de Cuiabá (MT) neste domingo (30), vencendo o também deputado estadual Wilson Santos (PSDB). Com 100% das urnas apuradas, o peemedebista obteve 60,4% dos votos válidos, contra 39,6% do tucano. Esta foi a segunda tentativa de Pinheiro de se eleger ao cargo - há 16 anos, Pinheiro havia perdido a disputa para o apresentador de TV Roberto França.

Nesta eleição, Pinheiro criou a coligação "Um novo prefeito para uma nova Cuiabá", que uniu nove partidos. Ele prometeu retomar a polêmica e bilionária obra do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que deveria ter ficado pronta em 2014, ano da Copa do Mundo. Já foi gasto R$ 1 bilhão na obra, que se transformou em um esqueleto abandonado onde usuários de drogas e traficantes são frequentemente vistos.

Em sua primeira entrevista após a confirmação da vitória, Pinheiro afirmou que pretende resgatar vários projetos sociais que foram abandonados e que será "incansável nas andanças por Cuiabá, para verificar novamente os maiores problemas e implantas as soluções".

Emanuel Pinheiro, 51, atua na política desde os 17 anos de idade quando participava de campanhas políticas pelo extinto PFL, hoje DEM. Logo que concluiu o curso de direito, em 1988, ele se elegeu vereador, mandato exercido duas vezes. Foi eleito deputado estadual por dois mandatos (1994 e 98). Dois anos depois tentou eleição para prefeito da capital mato-grossense, mas perdeu.

Sua trajetória política é marcada pela troca de partidos: deixou o PFL para se filiar ao PL, que em 2006 se fundiu ao Prona e virou o PR (Partido da República) e, em março deste ano, mudou para o PMDB.

Até o início de julho deste ano, Pinheiro ainda não era candidato a prefeito. Ele disputava a pré-candidatura dentro do PMDB com o também o deputado federal Valtenir Pereira. Pereira teria sido preterido por estar atrás de Pinheiro em uma pesquisa qualitativa encomendada pelo partido nas prévias municipais.

O prefeito eleito iniciou a campanha em segundo lugar, atrás do candidato do PSOL, Procurador Mauro. Ele assumiu a liderança, segundo o Ibope, um dia antes do primeiro turno.

Campanha tensa

Pinheiro travou discussões tensas com o adversário Wilson Santos, que já foi prefeito da cidade por duas gestões, durante a campanha eleitoral no segundo turno.

Os embates aumentaram duas semanas antes da eleição. O irmão de Wilson, Elias Santos, apareceu em vídeo ameaçando de demissão servidores estaduais comissionados caso eles recusassem a participar de um ato político do tucano.

O irmão de Santos era presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração e foi exonerado pelo governador do Estado, Pedro Taques, do PSDB, um dia depois de o episódio ganhar repercussão.

Em contra-ataque, Wilson Santos afirmou ter uma gravação em que o irmão e a cunhada de Emanuel Pinheiro afirmavam ter feito lobby junto a uma empresa que negocia alimentos e que pelo "serviço" teriam recebido R$ 4 milhões. A propina teria sido paga em troca de incentivos fiscais, por meio do Estado, à empresa.

A gravação do suposto diálogo, de 11 minutos, foi entregue por Santos à Delegacia Fazendária do Estado. Pinheiro se defendeu dizendo que o concorrente criou "um factoide de mídia" e que iria mover ação judicial por danos morais contra o tucano.

Mato Grosso é um dos Estados onde acontecem as investigações na operação Sodoma, que prendeu organização criminosa que fraudava regras de concessões fiscais juntamente com membros do governo estadual. Um dos detidos é o ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), que nega ter participado do esquema de corrupção.

A cidade

O novo prefeito vai administrar uma cidade de 585.367 habitantes, cujo PIB é de 17,6 bilhões (17º entre as capitais brasileiras). A taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos é de 14,5%, segundo informação do Ministério Público de Contas do Estado (marca nacional é de 14,4%). O IDH (Índice de Desenvolvimento Urbano) de Cuiabá é de 0,785, o que deixa a capital entre as 100 cidades brasileiras com melhor índice. Já a taxa de analfabetismo na cidade, medida em 2013, entre a população com mais de 18 anos era de 7,6%, índice abaixo da média nacional (11,82%).

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