Derrota em BH não define futuro de Aécio para 2018, diz Artur Virgílio
Do UOL. em São Paulo
O prefeito reeleito de Manaus, Artur Virgílio Neto (PSDB), avaliou como ruim para o partido o fato de o senador Aécio Neves (PSDB) não ter conseguido êxito nas eleições municipais em Belo Horizonte (MG), berço do político mineiro. Neves apoiou João Leite (PSDB) para a prefeitura da capital mineira, que acabou perdendo o pleito para Alexandre Kalil (PHS).
"Não foi bom para o Aécio e não foi bom para o partido, por ser uma praça tão relevante, tão densa", disse em entrevista ao UOL nesta segunda-feira (31).
Para o tucano, no entanto, essa derrota de Aécio Neves não deve ser vista como algo que vai definir o futuro dele para as eleições de 2018. "Não acho que isso seja definidor de pretensões, porque me parece muito cedo para nós trabalharmos com pretensões", disse. Segundo ele, o futuro do cenário econômico brasileiro deve acabar "dando essas respostas".
"Acho que temos uma etapa de Brasil para vencer, de reformas, algumas essenciais, que signifiquem um alento para a economia brasileira, um estímulo para ela. Os índices têm melhorado graças à credibilidade da equipe econômica [do governo Temer]. Então, se dependesse de mim, eu suspenderia as ambições pessoais. Não é hora delas. É hora de se pensar em atravessar a crise desse país", afirmou.
O ex-senador recebeu 55,96% dos votos contra 44,04% de Marcelo Ramos (PR). Ele vai administrar a capital do Amazonas pela terceira vez. Já havia ocupado o cargo entre os anos de 1989 e 1993, além de ter exercido três mandatos na Câmara Federal (1983-1987 e 1995-2002) e um como senador da República (2003-2010).
Aliança com antigo adversário
Durante a entrevista ao UOL, Virgílio também mencionou a aliança com o senador e ex-ministro de Minas e Energia do governo de Dilma Rousseff Eduardo Braga (PMDB). Segundo ele, a aliança com o antigo adversário político no Amazonas se estenderá até as eleições de 2018.
Em 2010, o tucano não conseguiu se reeleger senador e, após as eleições, pediu a cassação do mandato da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) à Justiça Eleitoral. Alegou que Braga e o ex-presidente Lula haviam movimentado recursos irregulares para ajudar a adversária a derrotá-lo.