Berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), será o local de onde o petista acompanhará o julgamento de seu recurso no TRF-4 (Tribunal Regional Federal) em Porto Alegre, nesta quarta-feira (24). A audiência terá transmissão online.

A informação foi confirmada oficialmente pela assessoria do Instituto Lula, que não precisou o horário em que o ex-presidente estará no sindicato. Integrantes de centrais sindicais e movimentos sociais que organizam o ato pró-Lula na praça da República, no mesmo dia, às 17h, confirmaram ao UOL convite para acompanhar o petista no sindicato. Também estarão presentes dirigentes partidários.

Na terça (23), Lula irá a Porto Alegre para participar de um ato previsto para as 17h na Esquina democrática, centro da cidade. "Eu amanhã estou indo para Porto Alegre agradecer a solidariedade do povo que está se manifestando", confirmou o ex-presidente durante encontro nesta segunda com líderes de centrais sindicais.

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Foi no sindicato do ABC que Lula despontou, no final dos anos 1970, para a luta sindical que o notabilizou como um dos principais líderes políticos do país. Também na entidade nasceu a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que atualmente defende a candidatura de Lula à Presidência e organiza, juntamente com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato em solidariedade ao petista na praça da República.

O último grande ato de que Lula participou no sindicato dos metalúrgicos foi há quase um ano, quando o local abrigou o velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ela morreu em fevereiro do ano passado por complicações decorrentes de um AVC (acidente vascular cerebral) do tipo hemorrágico e depois de ficar dez dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês.

Na ocasião, Lula, emocionado, chamou de "facínoras" aqueles que "levantaram leviandades" contra a mulher --que era ré, ao lado dele, em processos da operação Lava Jato.

Lula será julgado no TRF-4 na quarta-feira (24) no caso do tríplex do Guarujá (SP). Em primeira instância, ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, Lula recebeu R$ 2,2 milhões em propina da construtora OAS na forma do apartamento e nas reformas realizadas no imóvel. Os advogados de Lula afirmam que não há prova dos crimes e que evidências da inocência do ex-presidente foram ignoradas.