Operação Lava Jato

PT quer usar até marchinhas de Carnaval para defender Lula

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • 27.ago.2017 - Divulgação/Ricardo Stuckert/Instituto Lula

    PT quer blocos, marchinhas e fantasias para mostrar apoio a Lula

    PT quer blocos, marchinhas e fantasias para mostrar apoio a Lula

Na última reunião da Executiva Nacional, realizada na quinta-feira (25), o PT definiu que até marchinhas de Carnaval serão usadas como arma contra a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda instância.

"O Carnaval é também uma grande oportunidade de passarmos mensagens à população sobre a defesa de Lula e da democracia e sobre as injustiças e perseguições da sentença. Vamos organizar blocos, marchinhas, fantasias que possam dialogar com a população sobre esse momento do país", disse a ata da reunião, firmada em 27 de janeiro.

Consultado, o PT disse que não pretende fazer marchinhas, mas estimular, junto aos militantes, a criação delas, como as que circulam nas redes sociais questionando a existência de provas no processo do tríplex. 

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O partido, além de criar estratégias contra o "Pixuleco" e tentar se aproximar da classe média, como o UOL informou na semana passada, pretende utilizar as redes sociais na "disputa por narrativa" referente ao processo de Lula, mas sem deixar de lado as ações nas ruas. 

"As redes sociais são importantes na disputa de narrativa neste momento, mas nada substitui o contato direto com o povo, o olho no olho, para argumentar sobre a situação atual e a defesa de Lula", mencionou a ata. Para as lideranças petistas, é "fundamental" fazer as "velhas e boas panfletagens nos bairros".

O PT também quer reforçar, com essas ações, que brigará para Lula ser seu candidato na eleição presidencial, marcada para 7 de outubro. Em teoria, a condenação de Lula pelo TRF-4 impediria a participação de Lula no pleito em função da Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo petista em 2010, último ano de seu segundo mandato. Recursos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e nas instâncias superiores, porém, devem manter seu nome na disputa no mínimo até meados de setembro.

Pela defesa de Lula, o PT também não irá realizar sua festa de aniversário neste ano. O partido, que foi fundando em 10 de fevereiro de 1980, pretende, junto à Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, fazer uma "exposição de nossa história de lutas e os avanços de nossas administrações ao longo desses 38 anos de existência".

Um evento, a ser realizado em São Paulo, deve lembrar a data do aniversário na quinta-feira 22 de fevereiro, mas o tema estimado para a ocasião pelos petistas é a reforma da Previdência, que deve ser votado no mês que vem.

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Planejamento político

A decisão da 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) de confirmar por unanimidade, na quarta-feira (24), a condenação aplicada pelo o juiz Sergio Moro - com aumento de pena - não altera o planejamento da agenda política de Lula.

Agora, Lula e sua equipe se concentram nos últimos detalhes da "Carta aos Brasileiros", que deverá ser apresentada em fevereiro, perto do aniversário do partido, no dia 10.

Após o Carnaval, Lula fará sua quarta caravana pelo país. Depois do Nordeste, parte de Minas Gerais e dos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, o petista visitará o Sul do país, onde esteve em ato na véspera da condenação. Outras caravanas também estão previstas para antes do período eleitoral.

O Fórum Social Mundial, que acontecerá em Salvador entre os dias 13 e 17 de março, servirá de base para formatação de seu programa de governo. Segundo o PT, o Fórum servirá para "reforçar as iniciativas dos movimentos sociais em defesa da democracia e da solidariedade entre os povos". "Estaremos lá com nossa bandeira, defendendo Lula e a democracia brasileira!", apontou a ata da reunião.

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