Com gritos e boneco inflável, Bolsonaro se filia ao PSL em ato em Brasília
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
Sob gritos e aplausos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) participou na noite desta quarta-feira (7) de um ato de filiação ao PSL na Câmara dos Deputados. Enquanto era saudado por militantes com gritos de guerra e Hino Nacional dentro do Congresso, o pré-candidato à Presidência da República era representado do lado de fora por um boneco inflável de grandes dimensões.
Ao discursar, o deputado explicou a origem de seu nome. "Eu sou o messias. Jair Messias Bolsonaro", disse.
Como a "janela partidária" --período em que parlamentares podem trocar de legendas sem punições-- terá início a partir dessa quinta (8), o evento foi tratado com um "ato simbólico".
Bolsonaro é o segundo colocado nas pesquisas de intenções de voto para as eleições de outubro.
Como se estivesse em um ato de campanha, ele falou de planos para o país e disse que, se for eleito, anunciará o nome de seus 15 ministros no início do período eleitoral. Segundo o presidenciável, seu eventual ministério terá "gente gabaritada, com civis e com militares".
"Eu tenho a humildade de dizer: eu não sou bom não, mas os outros são muito ruins."
Presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE) afirmou que, além de Bolsonaro, outros sete deputados se filiarão à sigla nesta quinta. Segundo o pernambucano, o número pode crescer até o fim da janela, em 7 de abril.
"Como o Bolsonaro já falou, nós estávamos noivos e hoje é o dia do casamento", declarou, provocando risadas no plenário. Nesse momento, alguns presentes no plenário gritaram repetidamente "beija". Um homem irrompeu dizendo que "aqui não é o PT".
Ao discursar, o senador Magno Malta (PR-ES) foi saudado como possível vice de Bolsonaro na chapa presidencial. Para o senador, o debate das eleições se dará com base "nos valores da família, no combate à corrupção e à violência".
Para Malta, o novo presidente terá que ter "sangue no olho" e "disposição para emparedar vagabundo". Ao final de sua fala, Malta disse que é candidato à reeleição ao Senado e que Bolsonaro nunca o procurou para ser seu vice, mas ponderou que o futuro "tá na mão de Deus" e que "muita água ainda vai rolar".
Desde o início do ato, os militantes alternaram gritos de guerra como "o capitão chegou", "a nossa bandeira jamais será vermelha" e "Lula na cadeia" --contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Em sinal de respeito", os militantes se levantaram e entoaram o hino para que Bolsonaro discursasse. Antes de começar a falar, Bolsonaro pediu que Malta, sentado ao seu lado direito, fizesse uma oração. O senador é cantor evangélico.
O ato ocorreu no plenário número 2 da Câmara, que tem lotação máxima de 150 pessoas. Dezenas de militantes foram impedidos de entrar no local pela segurança da Casa.
Também políticos, dois filhos de Bolsonaro discursaram no ato --Eduardo, deputado federal por São Paulo, e Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro.
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