Em dia de prévias, Alckmin e Doria cumprem agenda em clima de "já ganhou"

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Janaina Garcia/UOL

    Tucanos entregam moradias em clima de campanha

    Tucanos entregam moradias em clima de campanha

O clima de dupla campanha - ao governo de São Paulo e à Presidência — e de "já ganhou" deu o tom, neste domingo (18), a uma agenda de entrega de moradias populares da qual participaram o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, ambos do PSDB.

As 804 moradias foram entregues no Jaraguá, zona norte de São Paulo, em obras conduzidas pelo governo do Estado, por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Doria compareceu ao evento com parte do secretariado e com vereadores apoiadores da candidatura dele nas prévias tucanas para o governo estadual, que acontecem até as 16h.

Alckmin, que chegou cerca de 40 minutos depois de Doria ao conjunto habitacional das novas moradias, não declarou em quem votou nas prévias — além do prefeito, disputam a indicação do partido o ex-senador José Aníbal, o secretário estadual de Desenvolvimento Humano Floriano Pesaro e o cientista político Luís Felipe d'Ávila. 

"Temos quatro ótimos nomes", afirmou o governador, que enalteceu as prévias como momento "importante para a democracia".

Ele foi indagado sobre se sentir ou não responsável por Doria deixar a Prefeitura com apenas 15 meses de mandato, caso vença as prévias — Alckmin foi o principal avalista da candidatura dele à Prefeitura, em 2016 —, mas se esquivou.

"Bruno Covas (vice-prefeito, ao centro na foto acima) se preparou, acompanhou esse trabalho todo durante mais de um ano, já tinha uma experiência anterior, é uma pessoa séria, correta e tem tudo para fazer um bom trabalho", defendeu.

Em discurso breve, Doria declarou que trabalhará pela candidatura de Alckmin caso seja eleito governador. "Juntos, na cidade, no Estado, não apenas tucanos, os 43 milhões de brasileiros de São Paulo vão votar em Geraldo Alckmin para a Presidência da República", disse. Em seguida, destacou que "todas as decisões na prefeitura não são isoladas"— como forma de salientar que Covas estaria preparado para assumir após a renúncia do prefeito.

Doria deixou o evento do governo estadual sem falar com a imprensa — afirmou que se manifestaria no diretório estadual após a apuração das prévias. Ao UOL, rapidamente, o prefeito negou o clima de "já ganhou". "É o clima de 'vamos disputar'", declarou.

Apoiadores fazem discursos de vitória

Nos discursos de autoridades, porém, Doria e Alckmin foram apresentados como alternativas que apresentariam uma agenda focada em emprego e habitação, uma vez eleitos, respectivamente, governador e presidente.

Vinculado à associação de moradores local, o deputado estadual Marcos Zerbini (PSDB) defendeu a ideia de que "Alckmin não permitiu que São Paulo [em função da crise financeira fluminense] fosse um Rio de Janeiro". "O Brasil precisa dessa seriedade e merece um presidente com a sua honestidade e competência", discursou. Em seguida, pediu aos beneficiários das moradias entregues que, durante a campanha eleitoral, fossem "soldados para a gente continuar mantendo São Paulo em boas mãos e colocar o Brasil nas mãos de Geraldo Alckmin".

Membro da Executiva nacional do PSDB e ex-secretário de Habitação de Alckmin, o deputado federal Silvio Torres também aproveitou a entrega de moradias populares para sugerir votos ao governador.

"O senhor não sai do governo por vontade, mas porque o Brasil o está chamando a conduzi-lo a um tempo de esperança", discursou.

Do grupo pró-Doria nas prévias, o vereador tucano Fábio Riva apresentou o prefeito já como vitorioso no processo de escolha no partido — cujo resultado decorrente da votação em 72 cidades, entretanto, será conhecido apenas no final da tarde.

"A partir 17h o senhor será convocado para essa nova missão. O trabalho não está só aqui na capital; o Estado clama por participação", bradou o vereador, dirigindo-se a Doria. A Alckmin, no fim, Rivas atribuiu "uma missão importante para nosso país, por meio da habitação, carro-chefe do Brasil". E finalizou: "Política é feita disso: não de oportunismo, mas de respeito às pessoas."

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