Lula ignora liminar dada pelo STF em 1º ato após decisão que o beneficiou

Bernardo Barbosa

Do UOL

  • Ricardo Marchetti/Estadão Conteúdo

    Pela manhã, Lula visitou a cidade de São Miguel das Missões

    Pela manhã, Lula visitou a cidade de São Miguel das Missões

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (22) de um ato em Palmeira das Missões (RS) e não mencionou a decisão tomada cerca de uma hora antes pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de adiar a análise de seu pedido de habeas corpus para 4 de abril e conceder uma liminar para que o petista não seja preso pelo menos até o final do julgamento.

No evento, que foi a última parada do dia em sua caravana pela região Sul do Brasil, Lula discursou por cerca de meia hora para centenas de pessoas e voltou a defender sua inocência sem citar processos específicos.

"Eu não sou acima da lei. Eu quero apenas a lei", disse. "A única coisa que eu quero provar é minha inocência."

Sua única menção ao STF não fez referência específica ao adiamento ou à liminar concedida pela Corte. "A única coisa que peço a Deus é que os ministros debrucem sobre o mérito do meu processo", declarou.

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Lula dedicou quase todo seu discurso a exaltar políticas dos governos do PT, como acesso a bens de consumo para as classes de renda mais baixa, descoberta do pré-sal e ampliação do acesso ao ensino superior. Ele também criticou medidas do governo de Michel Temer (MDB), como a privatização da Eletrobras.

No palco montado no centro da cidade, Lula estava acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-governador Olívio Dutra, de parlamentares do PT gaúcho e de João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra).

Ao contrário do que aconteceu em outras paradas da caravana, o ato em Palmeiras das Missões transcorreu sem qualquer interferência de manifestantes contrários a Lula, que estavam em outro ponto da cidade.

Antes da chegada da comitiva lulista, manifestantes contrários à presença do ex-presidente na cidade estacionaram tratores ao lado de um dos acessos da cidade e exibiram cartazes com a frase "Não à caravana da corrupção".

A decisão de hoje do STF promete dar fôlego à caravana, que está programada para terminar na quarta (28), em Curitiba. Isso porque a liminar suspende os efeitos, ao menos até o julgamento do mérito no Supremo, de uma eventual decisão desfavorável ao ex-presidente no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) na segunda (26). Neste dia, o tribunal julga um recurso que, em tese, esgotaria a segunda instância para Lula e possibilitaria sua prisão.

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