Mendonça anuncia saída do MEC e diz ainda não ter decidido cargo em eleição

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Alan Santos /PR

    Ministro da Educação, Mendonça Filho, ao lado do presidente Michel Temer em evento de 2017

    Ministro da Educação, Mendonça Filho, ao lado do presidente Michel Temer em evento de 2017

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), confirmou nesta quarta-feira (28) que deixará a pasta em 5 de abril para disputar as eleições de outubro, mas afirmou ainda não ter decidido o cargo ao qual concorrerá.

Todos os ministros que queiram participar do pleito eleitoral precisam se descompatibilizar (deixar o cargo) até 7 de abril – sete meses antes do primeiro turno. Pelo menos 10 chefes de pastas deverão pedir exoneração. Na terça (27), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), deu a largada à reforma ministerial. Ao menos outros três titulares cogitam sair das pastas, mas ainda não anunciaram o ato publicamente.

"Até dia 5 foi a data em que eu pactuei com o presidente [Michel Temer] em que eu devo ser exonerado porque tenho de cumprir o prazo da descompatibilização. [...] Posso e devo apresentar uma carta de agradecimento pela oportunidade de ter servido ao Brasil como ministro da Educação e, de certo modo, prestando conta de nosso legado", declarou.

Segundo Mendonça Filho, o cargo que disputará ainda depende da "realidade local" de Pernambuco e de articulações com diferentes partidos. "Cogito disputar a reeleição como candidato a deputado federal, ao Senado ou ao governo de Pernambuco", falou, ao acrescentar que a decisão só deve ser tomada a partir do final de abril.

"MEC não pertence ao DEM"

O ministro preferiu não revelar quem apoiará a sucedê-lo. Segundo apurou o UOL, a atual secretária-executiva, Maria Helena Guimarães, é a mais cotada para assumir a pasta, mas a definição depende de negociações do DEM com Temer.

Questionado se o ministério deveria ficar com o DEM mesmo com o lançamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como pré-candidato à Presidência da República, Mendonça Filho disse que o MEC não pertence ao partido nem a outras siglas. "Para mim, o partido é o que menos importa", comentou.

O governo federal promoveu evento no Palácio do Planalto para anunciar a liberação de R$ 523 milhões para o programa Mais Alfabetização nos próximos dois anos a estados e municípios.

Mais cedo, Mendonça afirmou que o período no MEC foi o mais "instigante e desafiador das funções públicas" que ocupou. Se "não dá para mudar a realidade da educação em menos de dois anos", disse ter "convicção" de ter plantado "boas sementes".

O presidente da República, Michel Temer (MDB), corroborou fala de Mendonça de que seria o último discurso do ministro no Planalto. Porém, falou ter certeza de que este continuará a fazer discursos por todo o Brasil no futuro nos cargos que ocupar.

Ele elogiou a gestão de Mendonça à frente da pasta citando a ampliação do ensino em tempo integral, a reforma do ensino médio e a aprovação da base comum curricular.

"Acho que Mendonça e nosso governo, e toda a equipe do Mendonça, fizeram, digamos assim, uma verdadeira revolução silenciosa na educação brasileira. Aliás, nosso governo jamais se comporta como carro alegórico. Ele não fica simplesmente querendo aparecer etc, medidas populistas. Ao contrário, trabalha em silêncio e produz os resultados que estamos aqui verificando", falou.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos