Wagner não descarta PT vice de Ciro e defende hora de ceder precedência

Bernardo Barbosa

Do UOL, em Curitiba

  • Lula Marques - 1.dez.11/Folhapress

    Ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT)

    Ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT)

Sem abrir mão de defender a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador baiano Jaques Wagner (PT) não descartou nesta terça (1º) que, se o ex-presidente não puder disputar a eleição, seu partido pode ocupar a Vice-Presidência em uma chapa para a disputa nas urnas este ano, inclusive uma encabeçada por Ciro Gomes (PDT).

Wagner deu a declaração quando questionado por jornalistas se o PT deixaria de lançar uma candidatura presidencial em caso de veto judicial a Lula, e se isso poderia significar a participação do partido como vice em uma chapa --por exemplo, a de Ciro Gomes. O ex-governador falou à imprensa ao chegar ao ato pelo Dia do Trabalhador organizado por centrais sindicais em Curitiba, onde Lula está preso.

"Pode [significar]. Sou suspeito nesta matéria porque sempre defendi que após 16 anos estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fica [no poder] 30 anos. Em geral fica 12, 16, 20. Defendi isso quando o Eduardo Campos [candidato do PSB em 2014, morto durante a campanha naquele ano] ainda era vivo. Estou à vontade neste território."

Heuler Andrey/AFP
Ato pelo Dia do Trabalhador organizado por centrais sindicais em Curitiba, onde o ex-presidente Lula está preso

Wagner ponderou que o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e a prisão de Lula, colocam o PT em uma "posição de resistência".

"Não posso hoje dizer que estou abrindo para qualquer um. Quer dizer o quê? Lula, 'tchau e bênção?'", disse.

Para o ex-governador, a situação é "complicada", mas "não há porque ter agonia", já que o quadro estaria indefinido também para candidatos de outros campos políticos. A imprevisibilidade também é motivo, segundo ele, para não se apresentar como alternativa --Wagner já foi citado nos bastidores, junto com Fernando Haddad, como substituto de Lula caso o ex-presidente não dispute a eleição.

"Ninguém tem uma varinha de condão agora para dizer que o melhor é desistir do Lula agora e começar a articular. Ou o melhor é ir com Lula até o final", disse. "Não coloco meu nome em hipótese alguma à disposição neste momento. E não adianta perguntarem 'e no próximo momento?'. Não estou trabalhando com o próximo momento."

Segundo Wagner, o PT vai manter a candidatura de Lula "até que a Justiça diga que está interditada". "Ninguém traça uma estratégia já pensando em plano B."

Segundo a Polícia Militar do Paraná, o ato reuniu 5 mil pessoas em Curitiba. Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores) estimou 40 mil presentes.

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