Requião diz que quer concorrer à Presidência: "não é ato de aventura"
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
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Vicente Carcuchinski/UOL
No vídeo, Requião defendeu a candidatura do ex-presidente Lula (PT)
O senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião (MDB), divulgou nesta terça-feira (15) uma carta que enviou à bancada do seu partido no Senado na qual manifestou a intenção de concorrer à Presidência da República pelo partido. Segundo o parlamentar, esse "não é um ato de aventura".
Opositor ferrenho do presidente Michel Temer, seu correligionário, ele leu a íntegra da mensagem em vídeo publicado nas suas redes sociais no início da tarde. O emedebista informou que fará uma consulta prévia aos aos membros do partido sobre a possibilidade de ser lançado como candidato na convenção nacional que acontecerá em julho.
A carta foi enviada no mesmo dia em que a bancada da legenda no Senado se reuniu com o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que se filiou ao partido para concorrer ao Palácio do Planalto. Temer, por sua vez, também já manifestou a intenção de se candidatar. Requião não participou do encontro.
"Move-me unicamente o espírito da absoluta necessidade de colocar o PMDB na trilha de uma mobilização comum, para regenerar o País do virtual derretimento das instituições republicanas. Para tanto, estou disposto, desprovido de qualquer ambição pessoal que não o serviço ao povo, a apresentar meu nome à convenção do partido", diz Requião na mensagem.
"Não é um ato de aventura. Esta carta serve como consulta prévia aos convencionais, e se encontrar parceiros nessa empreitada seguirei em frente. Posteriormente, encaminharei o discurso que pretendo dirigir à convenção, caso tenha apoio para disputá-la. Dos companheiros e companheiras espero que se movam com razão e emoção", completa.
A carta é encerrada com uma justificativa do senador para sua movimentação. "Embora essa iniciativa pareça solitária, tomo-a, para que ninguém, amanhã, possa dizer que me omiti", escreveu.
Em áudio publicado no seu site oficial. se disse "pasmo" com a notícia de que a bancada do MDB no Senado se reuniria com o ex-ministro, "no momento em que se anuncia mais uma queda no PIB, em que o desemprego aumentou, e em que há uma oposição a essa política de governo da ordem de 90%".
"Meirelles, não! Não me venham com esta bobagem", declarou.
Em meio a críticas ao governo Temer, que segundo ele "está vendendo a água e a terra a estrangeiros", Requião atacou o que chamou de "derrocada do projeto neoliberal".
"A estratégia do governo é simples: reduzir o espaço do Estado, ampliar o do setor privado e degradar o valor do trabalho, para facilitar os ganhos do grande capital financeiro. [...] E é isto que está na pauta também de pré-candidatos à Presidência que se preparam descaradamente para a convenção do PMDB, tentando dar legitimidade a iniciativas tão violadoras da tradição do partido como a tal Ponte para o Futuro, rejeitada nas instâncias partidárias próprias e realizada pelo governo", escreveu.
Requião encerra seu mandato de oito anos no Senado em 2018.
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