Ciro volta a atacar Bolsonaro e diz que é preciso "extirpar esse câncer"

Daniela Garcia e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e Brasília

  • Ricardo Borges/UOL

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) voltou a atacar nesta quarta-feira (6) o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), também postulante ao Planalto. Além de comparar o adversário a um "câncer", ele classificou Bolsonaro como "boçal despreparado".

"Nós, democratas, temos a responsabilidade de dizer que esse [Bolsonaro] é um boçal despreparado. Temos que extirpar esse câncer enquanto ele pode ser extirpado", disse, durante a sabatina com presidenciáveis feita pelo jornal Correio Braziliense.

Ciro já havia criticado diretamente Bolsonaro na semana passada ao compará-lo ao ditador Adolf Hitler (1889-1945). "Fomos delicados com Hitler durante um tempo e olha no que deu", comparou.

De acordo com a última pesquisa Datafolha de abril, Bolsonaro e a ex-senadora Marina Silva (Rede) aparecem tecnicamente empatados na liderança, nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está fora do páreo. O parlamentar tem 17% das intenções de voto, enquanto Marina oscila entre 15% e 16%.

Já Ciro alcança 9% em todos os cenários sem Lula, empatado tecnicamente com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que varia de 7% a 8%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O ex-governador fez as críticas a Bolsonaro sem ter sido questionado pelos quatro jornalistas da sabatina. Ao terminar de explicar sua proposta para a Previdência, o ex-governador questionou se a mesma pergunta tinha sido feita ao adversário. "O que o Bolsonaro falou sobre a Previdência? Vocês não perguntaram isso a ele", falou, em tom irônico. 

O UOL procurou a assessoria de imprensa do deputado Jair Bolsonaro, mas ele não quis se manifestar.

Ataques a Temer e MDB

O pré-candidato também lançou ataques ao presidente Michel Temer (MDB). Disse que não poderia abrir mão da "elegância", e não comentar sobre a Polícia Federal ter encontrado R$ 23 milhões na conta do coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer, segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo". "Eu me lembro do [Eduardo] Cunha e Temer batendo bola no Congresso. Um já está na cadeia, e o outro vai para lá daqui a pouco", disse. 

Ciro foi questionado se poderia fazer aliança com políticos do MDB, a exemplo o senador Romero Jucá (RR). "Ladrão do MDB no meu governo vai ser oposição", reagiu. "Eu não pertenço à máfia", acrescentando que ficava "esquentado" sobre o tema.

Após a sabatina, Ciro foi questionado por jornalistas se a coligação com o partido do presidente da República era indiscutível. "Evidentemente que há exceções. Tenho citado, inclusive para exemplificar essas exceções, o Roberto Requião. Eu teria orgulho em caminhar com ele em qualquer lugar do Brasil. O Jarbas Vasconcelos, que não é da mesma linha minha, mas também tenho por ele respeito e afeição. O Mauro Benevides no Ceará. O problema é essa hegemonia quadrilheira que tomou conta do país há muito tempo e hoje está capitaneando o golpe", disse.

Ao ser questionado sobre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que já havia citado os nomes do MDB que seriam uma exceção.

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