Skaf admite que pediu dinheiro para Marcelo Odebrecht em 2014

Colaboração para o UOL

O pré-candidato a governador de São Paulo Paulo Skaf (MDB) admitiu ter pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht durante a campanha de 2014. Na sabatina promovida por UOL, Folha de S. Paulo e SBT nesta sexta-feira (8), o paulista falou que todas as doações foram "oficiais".

No dia 21 de março, Skaf prestou depoimento à Polícia Federal para falar de um jantar ocorrido no Palácio do Jaburu entre Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos do MDB, Odebrecht e um executivo da empresa.

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Neste jantar, os presentes teriam combinado repasses ilegais de até R$ 10 milhões para campanhas do MDB em 2014. Entre elas, a de Skaf para o governo paulista. "Eu nunca soube da existência desse jantar, não fui convidado, descobri pela mídia", afirmou.

O presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no entanto, admitiu que conversou com Odebrecht. "Eu pedi dinheiro para ele [Marcelo] como pedi para outras mil pessoas e 500 doaram, entre pessoas físicas e jurídicas", afirmou.

De acordo com o pré-candidato, a Odebrecht doou, via Brasken, uma das empresas do grupo, R$ 200 mil para a campanha. "Tudo isso está publicado e aprovado pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral]", afirmou Skaf.

O pré-candidato desviou sobre sua relação com Duda Mendonça, marqueteiro de sua campanha de 2014 e investigado na Operação Lava Jato.

"A relação entre Odebrecht e Duda Mendonça é assunto deles", afirmou Skaf. "Ele fez 20 campanhas entre 2010 e 2014, a minha foi uma."

Elo com Temer é minimizado

Durante a sabatina, Skaf desviou ao falar de sua ligação com o presidente Michel Temer, do mesmo partido. O político do MDB, no entanto, defendeu o governo.

"Por mais que o governo esteja mal avaliado, nós temos que admitir que ele fez as reformas necessárias para o país", afirmou ex-presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O pré-candidato, no entanto, não quis vincular sua imagem como candidato do governo. "Eu não vejo a necessidade de carregar a imagem de ninguém", afirmou.

Tabelamento de frete é criticado

Paulo Skaf afirmou ainda que o início da greve dos caminhoneiros foi legítimo contra o que classificou de "abuso" de preços praticado pela Petrobras. Ele, porém, criticou o tabelamento dos preços do frete, umas das principais medidas acordadas entre a categoria e o governo federal para pôr fim à paralisação.

Durante a sabatina, Skaf declarou que tabelamento de preço é "coisa do século passado".

Próxima entrevista

Skaf, presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foi o terceiro a ser sabatinado entre os pré-candidatos ao governo estadual.

Essa será a terceira candidatura seguida de Skaf para o governo paulista. Em 2010, então filiado ao PSB, o empresário obteve pouco mais de um milhão de votos e não avançou ao segundo turno – vencido por Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2014, o tucano se reelegeu já no primeiro turno –mas Skaf, no PMDB (hoje MDB), ficou na segunda colocação com mais que o quádruplo de votos de 2010: cerca de 4,5 milhões.

Nos últimos anos, à frente da Fiesp, Skaf liderou o movimento contra a alta de impostos "Não vou pagar o pato" – em que o pato amarelo gigante acabou se tornando símbolo também dos atos de rua, apoiados pela entidade, favoráveis ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Foram convidados os quatro candidatos ao governo de SP mais bem colocados na pesquisa Datafolha divulgada em 16 de abril. Além de Skaf, Luiz Marinho (PT) e Márcio França (PSB) já participaram da sabatina. Doria será o quarto e último nome a ser entrevistado entre os postulantes ao governo estadual, em sabatina marcada para a próxima segunda-feira (11), às 10h.

Veja a íntegra da sabatina com Paulo Skaf

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