Após doar R$ 50 mil para campanha de Rocha Loures, Doria se diz triste

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

Pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital paulista João Doria declarou nesta segunda-feira (11) que ficou triste ao ver a gravação da Polícia Federal que, em abril do ano passado, flagrou Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer (MDB), recebendo R$ 500 mil de um executivo da JBS, que lhe rendeu o apelido de "o homem da mala".

Em 2014, Doria doou R$ 50 mil ao então candidato a deputado federal pelo Paraná, que chegou a assumir como suplente na atual legislatura da Câmara.

O tucano afirmou que fez a doação porque conhecia Rodrigo e sua família do "mundo empresarial", e que viu "uma situação absolutamente inesperada, triste e condenável".

As declarações foram feitas durante sabatina realizada pelo UOL, pelo jornal "Folha de S.Paulo" e pelo SBT, ao ser questionado sobre por que Rocha Loures foi um dos três candidatos que mereceram doações na campanha de 2014.

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Os outros foram o então candidato ao Palácio dos Bandeirantes Paulo Skaf (MDB), possível concorrente de Doria em 2018, e o candidato a deputado federal Floriano Pesaro (PSDB).

"Primeiro, eu não sou pitonisa [mulher que, na mitologia grega, tinha o dom de predizer o futuro]. Quatro anos atrás é quatro anos atrás. Eu não posso imaginar...", declarou, passando a seguir a fazer uma analogia com um dos jornalistas que participava da sabatina.

Arquivo pessoal
Rodrigo Rocha Loures participava de homenagem a João Doria, nos EUA, quando caso veio à tona

"Hoje, gosto de você [jornalista], estou aqui e respeito você. Se daqui a um ano você --espero que não-- cometer alguma irregularidade, não posso ser condenado pelo fato de ter cumprimentado você, ter participado de programas com você ou ter defendido que você é um jornalista correto e isento. Se daqui a dois anos você romper essa estrutura, não posso ser culpado por isso", disse Doria.

Instado novamente a explicar o motivo da doação de 2014 a Rocha Loures, que é filho do empresário Rodrigo Costa da Rocha Loures, ex-presidente da Federação das Indústrias do Paraná, o tucano declarou que "até então não havia nenhum tipo de problema que pudesse conferir ao Rodrigo qualquer tipo de desconfiança".

Doria foi então questionado sobre o que sentiu ao ver a filmagem de Rocha Loures correndo com uma mala na mão. "Fiquei triste. Conhecia o Rodrigo, conheço sua família, conhecia a sua ex-esposa, conheço seus filhos. Fiquei triste. Eu vi uma situação absolutamente inesperada, triste e condenável", concluiu.

Doria foi o 4º sabatinado

Doria foi o quarto e último pré-candidato ao governo do estado de São Paulo a ser sabatinado. Luiz Marinho (PT) foi o primeiro, na segunda (28); dia 30, foi a vez de Márcio França (PSB). Na semana passada, foi a vez de Paulo Skaf (MDB).

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com João Doria

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