Com DEM, Doria diz ter os "melhores jogadores" e fala em "favoritismo"

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Luiz Cláudio Barbosa/Código19/Estadão Conteúdo

    Rodrigo Garcia (DEM) discursa durante confirmação de apoio à candidatura de Doria

    Rodrigo Garcia (DEM) discursa durante confirmação de apoio à candidatura de Doria

O pré-candidato ao PSDB ao governo de São Paulo, o ex-prefeito João Dória, aproveitou a abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira (14), para apresentar, em clima de "já ganhou", a adesão do DEM à coligação que já leva PSD, PRB e PTC.

O anúncio foi feito em um hotel da capital paulista durante o jogo de abertura do Mundial, disputado entre Rússia e Arábia Saudita.

Com adesão do DEM, o pré-candidato da sigla ao governo, Rodrigo Garcia, desiste oficialmente da disputa. O anúncio do vice na chapa de Doria, entretanto, ainda não aconteceu.

Além do DEM, o PSD, do ministro e ex-prefeito Gilberto Kassab, é apontado como forte concorrente na indicação.

Com a chegada do DEM à coligação --chamada por Doria de "seleção em campo com os melhores jogadores"-- o tempo do tucano no rádio na TV, segundo a campanha do pré-candidato, será de 18'37", próximo ao do adversário e candidato à reeleição Márcio França (PSB).

Dória disse que França seja seu principal oponente. "Enfrento, e não elejo adversários. Sem falsa modéstia, eu vencerei. Temos o favoritismos", declarou.

Entre os aliados do DEM, a aliança com o PSDB no plano estadual rendeu alfinetadas e risos na plateia em relação à corrida presidencial.

Pelo PSDB, o pré-candidato, ex-governador e padrinho político de Doria, Geraldo Alckmin enfrenta dificuldades para atingir dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.

Mesmo em São Paulo, estado governado por Alckmin nos últimos oito anos, o tucano tem dificuldades para gerar uma vantagem numérica sobre os adversários.

Pelo DEM, por outro lado, o pré-candidato Rodrigo Maia não desistiu da disputa, embora não tenha descartado diálogo com partidos como o PDT, de Ciro Gomes.

"O quadro nacional está confuso, mas peço que o senhor [Doria] esteja aqui. Há uma indefinição em campo, mas, daqui a quatro anos, estaremos tratando da sua candidatura à presidente da República", disse o presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo e presidente municipal do DEM, Milton Leite.

Aliado de primeira hora de Dória e presidente municipal do PSDB, o vereador João Jorge também foi lacônico: "A gente espera que em breve o PSDB nacional fique feliz também", resumiu.

Presidente estadual do DEM, o deputado Jorge Tadeu lembrou Doria que já tentou filiá-lo ao partido e indicou: "Que você sirva de exemplo para o Brasil - o Brasil está precisando."

Até a entrevista coletiva, o nome de Alckmin não foi citado uma única vez pelos presentes à mesa. Nem mesmo por Dória, depois de o presidente da Câmara de São Paulo sugerir que ele não deveria disputar a presidência, mas o governo paulista.

Indagado sobre isso, pré-candidato repetiu o que tem dito nos nas últimas semanas: "Meu candidato é Geraldo Alckmin, sou candidato ao governo estadual. Logicamente, estamos trabalhando para que haja uma ampla e única candidatura de centro; tudo que eu puder fazer para ampliar esse diálogo, o farei", definiu o ex-prefeito.

Rodrigo Garcia, por sua vez, descartou que aliança do partido com os tucanos em São Paulo signifique uma adesão também na candidatura nacional.

"Kassab foi fundamental para a construção dessa ampla aliança [estadual]. Mas falar dessa aliança é chover no molhado. Começou lá atrás com FHC e Marco Maciel.

O Brasil não desandou de vez porque sempre tivemos uma ilha de excelência em SP", declarou.

O presidente estadual do DEM, no entanto, foi mais direto: embora Maia ainda seja oficialmente pré-candidato, há correntes distintas no partido defendendo diferentes alianças, seja com Jair Bolsonaro, Alckmin ou Ciro, mas o desempenho do tucano em São Paulo assusta.

"Alckmin precisa melhorar o desempenho dele em São Paulo. Por ora, o quadro ainda está muito confuso", concluiu Jorge Tadeu.

Sobre as pesquisas, o ex-governador tem afirmado que elas são um retrato de momento, mas que a campanha começa efetivamente depois da copa, com as convenções partidárias nas quais os nomes serão oficializados.

A convenção nacional do PSDB ainda não foi agendada. A convenção estadual, segundo Dória, acontece no dia 28 de julho.

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