Após absolvição, Gleisi reafirma que será candidata a deputada federal

Do UOL, em Brasília

  • Nelson Almeida/AFP

    A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR)

    A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR)

Dois dias depois de ser absolvida pela 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) das acusações de recebimento de propina no âmbito da Operação Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do seu partido, reafirmou nesta quinta-feira (21) que será pré-candidata a deputada federal nas eleições desse ano.

Em entrevista coletiva em Curitiba, a parlamentar afirmou que a decisão do Supremo "representa muito", mas não muda seus planos eleitorais, que já haviam sido anunciados no mês passado. O objetivo, segundo ela, é alcançar o objetivo nacional do partido de aumentar a bancada petista na Câmara.

Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" publicada no dia 28 de maio, ela disse ter avaliado que "só haverá uma vaga no campo progressista no estado". "Como o [Roberto] Requião [MDB-PR] será candidato, vamos apoiá-lo. Seria correr um risco. E eu saio candidata a deputada federal", declarou.

Hoje, depois das mudanças da última janela partidária, o PT tem 61 deputados federais, o maior número na Casa. "A gente quer aumentar", anunciou Gleisi, que falou ainda em "reforçar as chapas em todos os Estados". A presidente da legenda citou que o PT tem 20% da preferência nacional, referência a pesquisa divulgada em março pela CNI/Ibope

A senadora anunciou ainda que seu marido, o ex-ministro e ex-deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR), também absolvido na ação penal julgada pelo STF, não deverá voltar à política. Gleisi afirmou que ele mora em Brasília e é funcionário de carreira do Banco do Brasil aposentado.

A absolvição, segundo a senadora, "representa muito" por validar o que os petistas dizem "desde o início": que muitas das denúncias baseadas em delações sem provas, que houve arbitrariedade judicial e perseguição ao PT.

Como foi o julgamento

No julgamento realizado na terça, a 2ª Turma do Supremo decidiu absolver por unanimidade a senadora e seu marido da acusação apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em processo ligado à Operação Lava Jato.

Eles foram denunciados sob a acusação de terem recebido R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção na Petrobras. O dinheiro teria sido empregado na campanha de Gleisi ao Senado em 2010. A denúncia afirma que o valor foi liberado pelo então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com o objetivo de conseguir apoio político para sua manutenção no cargo.

Os ministros entenderam que não havia provas contra a senadora e o ex-ministro das suspeitas levantadas pela acusação.

Gleisi e Paulo Bernardo foram absolvidos por unanimidade dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Dois ministros da 2ª Turma defenderam condenar a senadora pelo crime de caixa dois, mas essa posição ficou em minoria e foi derrotada por 3 votos a 2 no julgamento.

"São tantas as incongruências e inconsistências nas colaborações premiadas que elas se tornam completamente imprestáveis para sustentar qualquer condenação", declarou Ricardo Lewandowski.

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