Alckmin cita medida de Trump e diz que também reduzirá imposto de empresas

Gustavo Maia e Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira (4) que, se for eleito, vai reduzir o imposto de renda da pessoa jurídica, "o imposto corporativo". A declaração foi aplaudida pela plateia, composta por centenas de empresários, em Brasília.

O tucano participou do evento "Diálogos da Indústria com os candidatos à Presidência da República", organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Também participam nesta quarta os pré-candidatos Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Alvaro Dias (Podemos).

"Tendo um modelo tributário melhor, é possível reduzir a carga tributária. Eu vou reduzir imposto de renda da pessoa jurídica, o imposto corporativo", declarou Alckmin, que antes havia dito que no Brasil existe um "verdadeiro manicômio tributário".

O presidenciável citou uma medida tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Veja que nos Estados Unidos o presidente Trump reduziu o imposto das empresas. Nós temos que estimular novos investimento –'venha pra cá, invista aqui'--, estimular as empresas para que reinvistam no seu negócio", afirmou.

A mudança fiscal sancionada por Trump, a maior desde os anos 1980, diminui os tributos para as empresas de 35% para 21%. Os democratas se opuseram à medida por considerarem que beneficia os mais ricos e por seu impacto no Orçamento, que pode levar o deficit fiscal americano a ficar entre US$ 1,5 trilhão e US$ 20 trilhões nos próximos dez anos.

Segundo Alckmin, os beneficiários da medida seriam "dona Maria" e "seu José", que receberiam produtos de qualidade e mais baratos. Durante sua fala, ele contou que em uma viagem avistou uma mansão e perguntou a um interlocutor quem era o banqueiro dono do imóvel e ouviu que ele pertencia a um advogado tributarista. Concluiu então que o Brasil seria o paraíso da categoria.

O pré-candidato afirmou ainda que o mundo hoje está vivendo "um ataque de protecionismo equivocado", e que pretende defender a indústria brasileira. Antes, o ex-governador paulista apontou que 2019 será o sexto ano consecutivo de déficit primário no Brasil, e disse ter estabelecido um prazo de dois anos para zerá-lo.

"Eu quero ser presidente para mudar. Coragem para enfrentar corporações e recuperar o coletivo", acrescentou.

"Doutor Geraldo tem chances?"

Alckmin falou também sobre a expectativa para as eleições de outubro, que escolherão, além do próximo presidente, parlamentares, governadores e deputados estaduais e do Distrito Federal.

"Quem ganhar a eleição vai assumir [com um Congresso bastante ainda dividido. Talvez nenhum partido tenha mais de 10% dos parlamentares", comentou Alckmin. O tucano lembrou ainda que em 2006 disputou e perdeu a eleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se reelegeu naquele ano.

"Perdi a eleição no segundo turno, mas tive praticamente 40 milhões de votos. Quem ganhar a eleição, vai ter mais de 50, 55 milhões de votos. A força do voto, a democracia é fundamental", declarou. "Defenderei a união nacional, deixando de lado os pesadelos do passado. Nós temos que olhar para frente."

Após a abertura para perguntas da plateia, o tucano, que aparece com índices que variam de 4% a 6% das intenções de voto na última pesquisa Ibope, observou que nenhum dos presentes questionou se ele teria chances de se eleger presidente.

"O doutor Geraldo tem chance de ganhar eleição? Embora vocês não tenham perguntado, quero dizer que vou ganhar a eleição para mudar esse país. A eleição só vai começar depois do horário do rádio e da televisão, que é 31 de agosto. A eleição vai ser curta, ótimo, é bom eleição curta não precisa um ano de campanha eleitoral, Aí sim o voto se define".

Marina critica Petrobras

Segunda a falar aos empresários, a candidata Marina Silva (Rede) criticou a atuação da Petrobras durante a greve dos caminhoneiros. 
"A elevação do preço dos combustíveis claro que tem um custo muito alto para determinados setores e é evidente que houve aí erro também da direção da Petrobras, porque não dá para repassar o aumento do combustível todo dia para o consumidor e a Petrobras dispunha de mecanismos para manejar [a situação]"
O certo, defendeu a ex-ministra, seria "manter a Petrobras integrada à dinâmica global em relação a seus preços, mas entender que é uma empresa pública". "[A Petrobras] tem função pública estratégica e tem margem sim para manejar situações como essa, mantendo a empresa competitiva sem que se vá pelo controle de preços, mas ao mesmo tempo não tendo visão dogmática de repassar aumento e variação do dólar aos combustíveis para o consumidor a cada dia".

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