Bolsonaro diz que colégio militar é mais eficaz do que UPPs em favelas

Luís Kawaguti

Do UOL, no Rio

  • Luís Kawaguti/UOL

    23.jul.2018 - Bolsonaro discursou para integrantes dos clubes do Exército, Marinha e Aeronáutica, no Rio de Janeiro

    23.jul.2018 - Bolsonaro discursou para integrantes dos clubes do Exército, Marinha e Aeronáutica, no Rio de Janeiro

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fez críticas nesta segunda-feira (23) ao modelo de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) que pregam o conceito de policiamento de proximidade nas favelas do Rio de Janeiro. Em discurso a integrantes dos clubes do Exército, Marinha e Aeronáutica na capital fluminense, ele afirmou que colégios militarizados podem ser mais eficazes para dissuadir jovens a ingressarem no crime organizado.

"As UPPs têm que ser revistas. Um colégio militarizado ao lado de uma comunidade vai ser mais importante que uma UPP, ela vai tirar mais o pessoal do tráfico de drogas", disse ele.

Leia também:

Segundo o presidenciável, além de trazer bom conteúdo educacional, os colégios proporcionariam noções de hierarquia e disciplina, amor à pátria e companheirismo.

Ele também defendeu a criação de colégios militares em todos os estados.

A intervenção federal começou a reorganizar as UPPs do Rio. Desde fevereiro, ao menos três das 28 UPPs foram desmobilizadas e transformadas em companhias da PM vinculadas a batalhões com o objetivo de corrigir problemas na cadeia de comando.

Bolsonaro também voltou a defender que o Ministério da Defesa seja chefiado por um general de quatro estrelas, a mais alta patente, e que as Forças Armadas atuem na segurança pública.

Ele lamentou não ter conseguido chegar a um acordo com o PRP para que o general Augusto Heleno Pereira concorresse como seu vice-presidente, mas afirmou que Heleno continua em sua campanha.

 "Se eu for presidente ele vai indicar o [general] de quatro estrelas para o Ministério da Defesa", disse. Atualmente, a pasta é comandada por um militar, o general Joaquim Silva e Luna. 

Ele também prometeu que, se eleito, convidará o astronauta Marcos Cesar Pontes, militar da reserva da Aeronáutica, para o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Bolsonaro também defendeu que as Forças Armadas sejam usadas em operações de segurança pública. "Você tem que impor respeito junto à bandidagem", disse.

Questionado se isso não iria contra a opinião dos comandantes das Forças Armadas, ele afirmou que se trata de uma questão de dar suporte jurídico para que jovens militares não sejam processados se eventualmente se envolverem em mortes de suspeitos durante operações.

"Quem dá a missão dá os meios e o meio é a retaguarda jurídica", disse. Atualmente militares que se envolvem em homicídios durante ações de Garantia da Lei e da Ordem são julgados pela Justiça Militar.

O pré-candidato adotou discurso nacionalista, afirmando que protegerá a região amazônica de supostas ameaças por organismos internacionais que defenderiam a independência de áreas indígenas e das calhas dos rio Amazonas e Solimões.

Ao mesmo tempo, ele prometeu acabar com a reserva ambiental dos Tamoios, na região de Angra dos Reis, na costa verde fluminense. "Ninguém é contra o meio ambiente, mas a área pode render bilhões ao Rio de Janeiro", disse.

Bolsonaro discursou no Clube da Aeronáutica, no centro do Rio de Janeiro, em um evento organizado pelos clubes militares.

Quem são os simpatizantes de Bolsonaro que foram à convenção do PSL

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos