Ciro diz que ganhará "quase por WO" se filtro do eleitor for Lava Jato

Ana Carla Bermúdez e Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

  • ALICE VERGUEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO

    2.ago.2018 - O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, participa de seminário em São Paulo

    2.ago.2018 - O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, participa de seminário em São Paulo

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse nesta quinta-feira (2) que, se o filtro do eleitor for a Operação Lava Jato, ele será o vencedor da corrida presidencial deste ano "quase por WO". Isso porque, na opinião do pedetista, restariam apenas duas pessoas aptas para a disputa: ele e a pré-candidata Marina Silva, da Rede.

"Eu sei que ainda falta uma longa estrada [para as eleições], muitas emoções. Mas eu estou vendo que do jeito que vai, vai ser quase por WO. Se o filtro for o da Lava Jato, vai ficar mesmo eu e a Marina, e olhe lá", disse.

Ciro ainda chegou a cogitar se incluiria nome o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato pelo PSL, na lista. "Mas aí, se pedir se o cabra sabe o bê a bá de governar, vai ficando eu e a Marina", afirmou.

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A declaração de Ciro foi feita durante um seminário da Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) sobre combate e sonegação à corrupção, em São Paulo.

Com a afirmação, Ciro deixa de lado vários adversários na disputa eleitoral, entre eles o primeiro colocado das principais pesquisas de intenções de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá (SP), da Operação Lava Jato, ele está preso há quase quatro meses em Curitiba, onde cumpre pena por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Sua candidatura dependerá de uma análise da Justiça Eleitoral.

Sem o nome de Lula, quem lidera é o deputado federal Jair Bolsonaro. Além deles e de Ciro e Marina, Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) completam a lista dos seis primeiros colocados da última pesquisa Datafolha, divulgada em junho.

Durante o evento, Ciro criticou o que chamou de "presidencialismo de coalizão", erro "grave" que segundo ele desmoralizou os governos do PT e do PSDB.

"Lá no Ceará chamamos de presidencialismo de roubalheira", disse.

Isolado e com vice sob mistério

As declarações de Ciro vêm no dia seguinte a uma derrota política. Ontem, o PSB, partido que ele vinha cortejando para compor aliança, fez um acordo com o PT que prevê alianças estaduais e neutralidade na eleição presidencial. Há duas semanas, o pedetista já havia perdido também o apoio do "centrão" - PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade - para Alckmin.

Questionado pela reportagem sobre quem poderia compor sua chapa como vice diante da ausência de alianças, Ciro disse que "tem um backup", mas que está " aguardando umas coisas" para definir o nome.

Ciro, que minutos antes havia negado qualquer possibilidade de ser vice na chapa de Lula, disse ainda que "todo petista sabe" que o ex-presidente não será candidato. "Todo mundo sabe que não. O resto é só balé na beira do abismo", afirmou, repetindo expressão que já havia usado na quarta-feira durante entrevista à GloboNews.

Perguntado sobre quem preferiria enfrentar em um eventual segundo turno, o pedetista disse que "ninguém escolhe adversário". "O que vier, eu traço".

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