Marina oficializa candidatura e vai concorrer ao Planalto pela 3ª vez
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
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Walterson Rosa/Folhapress
Ao lado de Eduardo Jorge, seu candidato a vice, a ex-senadora Marina Silva foi oficializada como candidata à Presidência pela Rede
Pela terceira vez consecutiva, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, 60, é candidata à Presidência da República.
A candidatura foi oficializada por aclamação durante convenção nacional da Rede, em Brasília, neste sábado (4) --véspera do prazo final para que os partidos definam quem vai disputar as eleições desse ano.
O evento que homologou a candidatura da presidenciável e de seu vice, o ex-deputado federal Eduardo Jorge (PV), ocorreu em clima de descontração, com apresentações artísticas, em um clube da capital federal.
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Essa será a primeira vez que Marina concorrerá pela Rede Sustentabilidade, legenda que fundou em 2013, mas só conseguiu registrar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dois anos depois.
Em 2010, depois de se desfiliar do PT, no qual esteve por 23 anos, ela disputou a eleição presidencial pelo PV e obteve 19,6 milhões de votos, ficando em terceiro lugar.
No pleito seguinte, em 2014, ela entrou no PSB para ser vice na chapa do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, do mesmo partido, mas assumiu o posto de candidata depois que ele morreu em um acidente aéreo, em agosto daquele ano.
Marina chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto durante o processo eleitoral, mas foi alvo de uma campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e terminou o primeiro turno novamente na terceira colocação, com pouco mais de 22 milhões de votos.
No segundo turno, a ex-ministra do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiou o senador e candidato do PSDB, Aécio Neves.
Nas mais recentes pesquisas eleitorais, a presidenciável tem aparecido em terceiro lugar nos cenários em que o petista é testado, atrás também do candidato do PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ). Em levantamentos do Ibope e do Datafolha, Marina teve de 7% a 15%, em diversos cenários.
Divulgado nesta semana, estudo da CNI sobre levantamento do Ibope apontou que a candidata da Rede é quem mais herda votos de Lula, que está preso desde abril e deve ser declarado inelegível pelo TSE.
"Festa cívica"
O evento foi anunciado pelos realizadores como uma "festa cívica". Marina e as outras lideranças da Rede e do PV discursaram em uma plataforma montada entre três lances de arquibancadas, e diante de alguns sofás e plantas.
Primeiro a discursar, o pastor Levi Araújo, da Igreja Batista de Água Branca, de São Paulo, foi aplaudido pela plateia ao repetir diversas vezes que "há esperança", inclusive "para o Estado laico, para aqueles que não misturam Bíblia com a Constituição". Marina Silva é evangélica e já declarou que sofre preconceito por conta de sua religião.
Militantes circulavam com camisas verdes, amarelas e laranjas que estampavam mensagens como "não é a gente que tem uma causa, a causa é que tem a gente" e "não há nada mais forte do que uma idéia [sic] cujo tempo chegou". Sob as frases, um aviso: "2018 chegou".
Durante a apresentação de um grupo de mulher cantando a música de xaxado "Mulher Rendeira", Marina dançou entre as artistas com Eduardo Jorge.
Ao redor do palco, banners exibiam palavras de ordem da campanha: respeito, oportunidade, justiça, ética, saúde, educação, segurança, igualdade e verdade. Outra mensagem exposta em local de destaque dizia que "não dá mais para querer mudar e não mudar".
A convenção foi aberta com uma mensagem de boas vindas do ator Marcos Palmeira, da TV Globo, que chegou a ser cotado para compor chapa com Marina e é militante da Rede.
Nascida em Rio Branco, no Acre, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima é professora de história e foi vereadora de 1989 a 1990, deputada estadual de 1991 a 1994 e senadora de 1995 a 2011. Ambientalista, ela integrou o ministério de Lula entre entre 2003 e 2008.
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