PSDB oficializa Geraldo Alckmin como candidato à Presidência

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

O PSDB oficializou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como o candidato do partido à Presidência da República em convenção nacional na manhã deste sábado (4). O nome de Alckmin foi aprovado por 288 votos a favor e um contra. Houve uma abstenção. O resultado foi anunciado pelo vice-presidente do PSDB, Marconi Perillo.

Esta é a segunda vez que Alckmin concorre à Presidência, tendo participado da corrida ao Planalto em 2006. Na época, passou ao segundo turno, mas perdeu para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se reelegeu.

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O ex-governador de São Paulo conta com o apoio de oito partidos na coligação, todos do centrão: DEM, PP, PR, PRB, PSD, PTB, PPS e Solidariedade. Ele é o presidenciável que mais conta com o suporte de outras siglas. Os demais candidatos, até o momento, conseguiram se aliar a, no máximo, três partidos.

Mais cedo, questionado pelo UOL duas vezes sobre como lidará com as cobranças de cargos e de envolvimento em políticas públicas por parte desses oito partidos em seu eventual governo – o PRB, por exemplo, já fez advertências neste sentido –, Alckmin esquivou-se e não respondeu.

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Alckmin recebeu o apoio do PPS, de Roberto Freire, em convenção neste sábado

Apesar do grupo, ao longo da pré-campanha, Alckmin sofreu desconfiança quanto à sua capacidade de se candidatar e se eleger, inclusive por parte de correligionários tucanos. Sua candidatura era ameaçada pelo ex-prefeito de São Paulo e "pupilo" João Doria, que se candidata ao governo paulista.

Neste sábado, Doria fez discurso com elogios a Alckmin e perguntou aos presentes "quem aqui duvida que temos os melhores candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República?". Doria exaltou o trabalho de Alckmin à frente do Estado de São Paulo na segurança pública e na geração de empregos. Quanto à Ana Amélia, falou ter "nada melhor do que uma mulher e senadora decente e honesta".

Junto à mulher, Maria Lúcia, o tucano participou de uma maratona de convenções neste sábado. Fora as do PPS e do PSDB, ele ainda foi à do PR, onde cumprimentou o deputado Tiririca (PR-SP). 

Natural de Pindamonhangaba, Alckmin tem 65 anos e é médico anestesista formado pela Universidade de Taubaté. Foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual e federal por São Paulo e quatro vezes governador de São Paulo.

Kleyton Amorim/UOL
Alckmin abraça o deputado Tiririca na convenção do PR

Em dezembro do ano passado, Alckmin assumiu a presidência do PSDB. Em maio, o senador Aécio Neves (MG) pediu o próprio afastamento do cargo após a revelação de gravações dele com o empresário Joesley Batista, delator da JBS, em que pedia R$ 2 milhões.

O senador e ex-presidente temporário do PSDB após a saída de Aécio do cargo, Tasso Jereissati (CE), discursou falando que havia ficado "desiludido com o futuro do nosso país e até do partido". No final do ano passado, as divergências entre Tasso e aliados de Aécio racharam o PSDB e criaram uma das maiores crises internas dos tucanos. No entanto, na avaliação dele, a candidatura de Alckmin mostra como os tucanos se reergueram.

"O Brasil nunca esteve tão mal nos seus valores, no amor próprio, na dignidade. Mas hoje quero confessar aqui que estou muito otimista. Passamos por todas as dificuldades e incompreensões, mas temos uma chapa que orgulha o partido e o país. Com essa chapa que estamos aqui, vamos provar uma coisa: que é possível governar esse país com decência, honestidade, competência. Não somos iguais aos outros partidos que estão aí", defendeu Jereissati, aplaudido com entusiasmo pela juventude do partido ao som de batucadas.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve presente à convenção, sendo um dos mais aplaudidos pela plateia. Em fala, ressaltou haver "momentos em que as decisões são cruciais" e Alckmin e Ana Amélia foram "escolhidos para representar esse novo momento do Brasil".

"Vocês expressam a confiança do Brasil em si mesmo. [...] O Brasil hoje tem medo, incerteza. Tem medo, porque a violência está ameaçando, [o medo] tem base. Vocês têm de responder a isso, sem meias palavras, e botar na cadeia quem for necessário, seja por corrupção, assalto, invasão a fazenda", disse FHC.

O senador tucano José Serra (SP), candidato à Presidência pelo partido em 2010, também compareceu e discursou a favor de Alckmin. Ele aproveitou a ocasião para militar pela instalação do parlamentarismo no país. Já o senador Aécio Neves (MG) não foi visto nem citado nas falas.

Representantes de partidos da coligação, como Gilberto Kassab (PSD), Roberto Freire (PPS) e Antônio Carlos Magalhães Neto – ACM Neto – (DEM), foram à convenção demonstrar apoio formal.

Ana Amélia é confirmada como vice

Também neste sábado, a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) foi anunciada oficialmente como candidata a vice-presidente na chapa de Alckmin. O nome dela havia sido informado nesta quinta (1º).

Natural de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, Ana Amélia tem 73 anos e é formada em Comunicação Social, área em que atuou por cerca de 40 anos até se dedicar à carreira política. Elegeu-se ao Senado em 2010.

Com a escolha de Ana Amélia com sua vice, Alckmin pretende atrair a simpatia do setor agropecuário, de mulheres, dos sulistas – entre os quais Alvaro Dias (Podemos) concentra força – e simpatizantes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – a candidata a vice é uma das maiores críticas a Dilma e Lula.

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