Ciro defende veto a Haddad em debates; Meirelles e Alckmin não se opõem

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

    Ciro Gomes participa de evento com presidenciáveis em Brasília

    Ciro Gomes participa de evento com presidenciáveis em Brasília

O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, defendeu nesta terça-feira (14) que Fernando Haddad (PT) não deve participar dos debates promovidos por veículos de comunicação e demais entidades com os pretendentes ao Palácio do Planalto. Por outro lado, os presidenciáveis Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) afirmaram não se opor à presença de Haddad caso ele seja convidado.

Haddad foi anunciado como vice na chapa do PT à Presidência encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva, preso pela Lava Jato em Curitiba e inelegível pelos critérios da lei da Ficha Limpa. O PT defende a manutenção da indicação do nome de Lula e deve registrar as candidaturas até esta quarta (15) – prazo limite definido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a todos os candidatos.

Em caso de rejeição do nome de Lula pela Justiça Eleitoral, um dos planos do PT é tornar Haddad candidato à Presidência, com Manuela D'Ávila (PCdoB) na vice. Nesta segunda (13), Haddad pediu o apoio dos adversários, em especial de Ciro, para que possa participar dos debates e sabatinas.

"O PT é o meu adversário. Acho que não [tem de participar dos debates]. Repare em uma coisa: quem é o candidato à Presidência da República do PT? É o Lula. Por que que o Haddad vai para os debates? Compreende o que estou dizendo? Isso depende de mim? Então, o Bolsonaro pode ir tomando o general, né?", afirmou Ciro Gomes.

O pedetista participou de debate promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, em Brasília. 

Valter Campanato/Agência Brasi
Geraldo Alckmin (PSDB) participa de evento da Unecs em Brasília

Ciro Gomes ainda aproveitou a oportunidade para criticar o PT e responsabilizar o partido por grande parte dos problemas do Brasil ao ter escolhido o presidente Michel Temer como vice de Dilma Rousseff nas eleições de 2010.

"Somos bastante amigos [de Haddad]. O problema não é ele. Sou muito amigo do Geraldo Alckmin também. O problema é o PT. E o PT é muito fortemente responsável pelo momento que estamos aí vivendo. Não foi o PT quem escolheu o Michel Temer? O PT escolheu o Michel Temer, não é? Ou fui eu que escolhi?", declarou.

No primeiro dia de campanha, na quinta (16), Ciro Gomes deverá participar pela manhã de uma caminhada em Irajá, zona norte do Rio de Janeiro. À tarde, deverá seguir para São Paulo.

Fátima Meira/Estadão Conteúdo
Henrique Meirelles (MDB) participa de evento em Brasília
Além de Ciro e Haddad, participam também do evento da Unecs nesta terça Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB).

O candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles, defendeu a participação de Haddad nos debates. Para ele, sem a presença do PT, ficará um "vácuo" nas sabatinas e eventos.

"Eu sou favorável, sim. Eu acho que quanto mais debate, melhor. [...] Porque, evidentemente, o Lula preso não pode se pronunciar. Então o PT vai fazer o que deve fazer no momento certo. Não é problema nosso, é problema deles", disse.

O candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin também afirmou não ver impedimentos à presença de Haddad caso ele seja convidado. "Olha, eu não vejo nenhum problema desde que aqueles que organizam o convidem. Não vejo problema nenhum", disse.

Propostas de campanha

Em discurso, Ciro Gomes afirmou que os principais problemas enfrentados pelo país são o endividamento das famílias e das empresas e o "colapso" do setor público. Ele se disse disposto a se dedicar às reformas nos seis primeiros meses de governo, se eleito. Caso se mantenha um impasse quanto às mudanças previdenciárias, por exemplo, ele disse que promoverá um plebiscito.

Ciro defendeu também a simplificação tributária, menor burocracia para abertura de empresas, estímulo do governo para maior competição entre bancos que atuam no Brasil, revitalização de áreas centrais em grandes cidades e a criação de uma guarda nacional tecnológica para o combate ao crime nas fronteiras.

Sobre a proposta de ajudar a "limpar o nome" de quem está negativado no SPC, o candidato informou que a medida valeria somente para quem se endividou antes de 20 de julho de 2018, quando anunciou a medida pela primeira vez. Ele não deu mais detalhes sobre o assunto.

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