Em 1º dia de campanha, candidatos pedem voto nas redes sociais

Luís Adorno e Gustavo Maia

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

As redes sociais foram palco nesta quinta-feira (16) da estreia de parte dos 13 candidatos à Presidência da República na campanha eleitoral. Liberados para pedir votos, ao menos seis presidenciáveis começaram o dia apresentando ideias e propostas pela internet.

A partir desta quinta, estão permitidos atos como comícios, carreatas, distribuição de material gráfico e propaganda não paga na internet. A propaganda eleitoral gratuita na televisão começa no próximo dia 31.

O primeiro candidato a se posicionar nas redes nesta quinta foi Ciro Gomes (PDT). Ele divulgou um vídeo em que diz que vai "salvar o Brasil" e surpreender aqueles que "quiseram resolver a eleição de véspera". Depois, foi a um evento do partido político, falou em um palanque e posou para fotos.

O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, não teve compromissos públicos e permaneceu no Rio de Janeiro, onde mora. Na Justiça eleitoral, no entanto, ele entrou com pedido para barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Pelas redes sociais, ele anunciou que estará em São Paulo nesta sexta (17) e convocou seus apoiadores a comparecer à formatura de sargentos da Polícia Militar paulista, pela manhã. O candidato também publicou trechos de entrevistas dele e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e um resumo sua formação acadêmica e militar.

Aliados de Bolsonaro, no entanto, divulgaram um vídeo da campanha no qual o número e a marca do partido aparecem pela primeira vez, assim como um jingle do candidato --"muda Brasil, muda de verdade", diz a música. "As eleições se aproximam. De um lado, o centrão, com essa gente que você muito bem conhece. De outro, a esquerda, que teima em voltar ao poder. Juntos, eles têm quase todo o tempo de televisão e rádio", diz Bolsonaro.

A candidata da Rede, Marina Silva, publicou na manhã desta quinta um vídeo no Facebook. Em tom de indignação, ela se coloca como candidata "para mudar o Brasil". "Não quero mais que o nosso país tenha líderes para liderar o atraso. Não quero mais disputa para o atraso. Temos que disputar os avanços", disse a candidata na publicação.

Mais tarde, a candidata da Rede, amparada no histórico de seu vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), deu a largada oficial na campanha no ambulatório Médico Voluntário do Cangaíba, zona leste de São Paulo. Segundo Marina, em discurso, seu objetivo é "cuidar da saúde das pessoas e cuidar da saúde do Brasil". A região escolhida, Cangaíba, é um forte reduto petista.

Geraldo Alckmin (PSDB) alterou suas imagens no Facebook. Ele também publicou um vídeo em que afirma que essas serão as eleições mais importantes dos últimos anos. "Chegou a hora de lutarmos por nossos sonhos, projetos e aspirações: participe, convide amigos e parentes, ajude a construir nosso futuro melhor", disse o tucano.

A mesma estratégia foi utilizada por Henrique Meirelles. O candidato do MDB mudou o design gráfico de suas redes sociais e afirmou que fará, caso eleito, "um governo independente e técnico, com foco no crescimento do Brasil".

João Amoêdo, do Novo, dedicou as primeiras horas de campanha para falar sobre a repercussão de seu patrimônio --o maior entre os candidatos, com R$ 425 milhões. "O que a gente tem acompanhado muito são aquelas pessoas que entraram para a política e da política saíram ricos. Eu estou fazendo o movimento contrário. Comecei do zero, como trainee num banco, me dediquei, trabalhei bastante, com muita resistência, resiliência e construí esse patrimônio", disse. 

Alvaro Dias, do Podemos, apostou em conteúdo nas redes sociais com a expressão "abre o olho". A expressão foi utilizada pelo candidato no primeiro debate entre presidenciáveis, da Band.

Já o deputado Cabo Daciolo (Patriota) fez uma transmissão ao vídeo pelo Facebook com funcionários de uma emissora de televisão subindo um monte, no Rio, para entrevistá-lo.

Nas ruas

Fernando Haddad (PT), vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso, participou de um debate sobre educação no primeiro dia da campanha. No evento, promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo Todos pela Educação, Haddad lembrou seu período como ministro da Educação. 

"Vamos resgatar alguns programas de muito êxito, que estavam muito bem. Obviamente, não vamos recuperar do mesmo jeito porque a gente tem aperfeiçoamentos a fazer, mas estávamos no caminho de estruturação no sistema nacional [de educação]. E isso se perdeu ao longo do tempo", afirmou o ex-prefeito de São Paulo.

Já o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, foi até a frente da Bolsa de Valores de São Paulo, no centro, para lançar sua candidatura. "Viemos aqui para dizer que a gente tem lado. Não é ao lado dos banqueiros, é ao lado de 99% do povo brasileiro, que sofre com o que é feito aí dentro", afirmou em um megafone.

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