Eleições 2018

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Os candidatos Anthony Garotinho (PRP) e Eduardo Paes (DEM) trocaram acusações durante o primeiro bloco do debate da Band, nesta quinta-feira (16), o primeiro com os concorrentes ao governo do Rio de Janeiro. Paes citou a prisão de Garotinho e da mulher, Rosinha, denunciados à Justiça por crime eleitoral. A réplica veio com uma menção ao caso envolvendo o deputado federal Pedro Paulo (DEM), braço direito de Paes, acusado pela mulher de agressão durante a campanha eleitoral para a Prefeitura do Rio, em 2016.

A troca de farpas começou quando Garotinho e o candidato do PSD, Indio da Costa, fizeram uma dobradinha para criticar Paes. Eles mencionaram o escândalo de corrupção envolvendo o ex-secretário de Obras Alexandre Pinto --que chegou a ser preso na Lava Jato-- no período em que Paes esteve à frente da Prefeitura do Rio.

Garotinho também disse que o pai e a irmã do oponente possuem uma conta no exterior aberta em paraíso fiscal.

"Queria dizer a vocês que quando eu tive a coragem de ir ao Ministério Público Federal e protocolar a notícia crime contra essa quadrilha, essa organização criminosa liderada pelo PMDB [hoje MDB] e seus aliados, eu sabia o que eu ia ocorrer. Mas eu disse e mostrei as fazendas do Picciani, as contas da família Eduardo Paes no Panamá, a roubalheira do Sérgio Cabral", disse o candidato do PRP, que fez referências ao deputado estadual Jorge Picciani e ao ex-governador Sérgio Cabral. Ambos são lideranças do MDB, partido pelo qual Paes foi prefeito do Rio, e foram presos após investigações da Operação Lava Jato.

Paes, além de negar qualquer ilicitude, respondeu que o adversário é "tão irresponsável" que "levou até a mulher dele" para a cadeia. "Ele é tão irresponsável que até a mulher dele levou para a cadeia graças a uma das três, quatro vezes que ele esteve preso", declarou. O democrata disse ainda que a conta no exterior foi declarada pelo pai, que, segundo o próprio candidato, é um "advogado muito bem-sucedido". Além disso, respondeu que o caso foi investigado pelas autoridades e que nada foi provado.

"Foi investigado pelo Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, teve ação na Justiça Federal e em todos casos foi comprovado que aquilo estava declarado no Imposto de Renda junto ao Banco Central. Então, não tem problema nenhum. Advogado muito bem-sucedido [referindo-se ao pai] que aliás hoje está tendo mais uma neta. Infelizmente você tem que trazer esse assunto para cá da família dos outros. A sua está na política a minha está vivendo sua vida privada."

Os dois continuaram em confronto direto até que a direção do debate não concedeu mais direitos de resposta. No total, foram três solicitações, das quais duas foram aceitas (uma para Paes, outra para Garotinho).

Guardanapo na cabeça

Na chegada aos estúdios da Band, apoiadores de Garotinho chamavam atenção com guardanapos na cabeça, gesto em alusão ao badalado jantar em Paris, em 2009, que reuniu o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), secretários de estado e empresários.

O episódio, que se tornou símbolo dos escândalos de corrupção no Rio na última década, ficou conhecido como "farra dos guardanapos". O primeiro relato do evento foi publicado por Garotinho em seu blog.

Participaram do debate oito dos 12 postulantes ao governo --além de Garotinho, Paes e Indio, compareceram Marcia Tiburi (PT), Pedro Fernandes (PDT), Romário (Podemos), Tarcísio Motta (PSOL) e Wilson Witzel (PSC).

Os demais candidatos, Marcelo Trindade (Novo), Dayse Oliveira (PSTU), Luiz Eugenio (PCO) e André Monteiro (PRTB), não foram convidados porque estão fora do requisito mínimo previsto na legislação eleitoral (partidos que têm ao menos cinco parlamentares no Congresso).

O debate foi dividido em quatro blocos. No primeiro, os concorrentes abordaram temas sugeridos pelo Grupo Bandeirantes e fizeram questionamentos entre si. No segundo, eles responderam a perguntas enviadas por usuários do Twitter. No terceiro e penúltimo bloco, os pleiteantes voltaram a se confrontar com perguntas livres. O desfecho do debate foi reservado para que cada um apresentasse seu primeiro ato de ofício caso seja eleito governador.