PT deve voltar à Justiça para ter representante em debate após veto a Lula
Do UOL, em Brasília
O PT (Partido dos Trabalhadores) deve entrar com uma nova ação na Justiça para contar um representante no debate da Rede TV!, marcado para esta sexta-feira (17), informou o candidato a vice-presidente da República da sigla, Fernando Haddad.
Os advogados do partido queriam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato ao Palácio do Planalto, fosse autorizado a participar do evento. No entanto, o pedido foi negado nesta quinta (16) pelo ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Sérgio Banhos.
Segundo Haddad, o mais provável é que ele seja o representante do PT no debate, se o novo pedido for aceito. "Acho que sim, acho que serei eu", disse.
Lula está preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde abril deste ano após ter a condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro confirmada em segunda instância.
Segundo a Lei da Ficha Limpa, pessoas nessa condição não podem ser candidatas a cargos públicos. O PT pediu o registro de candidatura de Lula à Presidência e de Haddad como seu vice ao TSE nesta quarta (15) – data limite para o processo.
O PT também alega que a Lei da Ficha Limpa prevê que candidatos cuja situação criminal possa ser revista por tribunais superiores podem participar das eleições.
Até esta quinta, pelo menos cinco pedidos para a barrar a candidatura do ex-presidente petista haviam sido apresentados ao tribunal. Uma decisão definitiva deve ser tomada até a próxima semana, mais provavelmente por volta de quarta (22), se considerados os prazos internos da Corte.
"Possivelmente nós entraremos com outra ação judicial pedindo a presença de um representante", afirmou Fernando Haddad em entrevista à imprensa após visitar Lula na prisão.
Haddad ainda criticou o pedido à Justiça dos procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba para que a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, seja impedida de atuar como advogada de Lula. Isso porque, assim, tem direito de visitar o ex-presidente e "cliente" na superintendência da PF. Para o Ministério Público Federal, os petistas transformaram a sala usada como cela em um comitê de campanha eleitoral.
"É uma manifesta inconstitucionalidade. Eu não tenho notícia de o Ministério Público querer cassar o registro na Ordem dos Advogados do Brasil de quem tem a habilitação para isso", afirmou Haddad.
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