Haddad ganha destaque em primeiro vídeo de campanha de Lula

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/Facebook/Lula

    Haddad começou giro por estados do Nordeste, reduto de Lula, nesta terça (21)

    Haddad começou giro por estados do Nordeste, reduto de Lula, nesta terça (21)

Candidato a vice na chapa petista, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) aparece com destaque no primeiro vídeo de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. Na peça, divulgada nas redes sociais do ex-presidente e do ex-prefeito, Haddad diz que "somos milhões de Lulas". "Hoje, começa nossa campanha. Andarei por todos os cantos do Brasil, levando suas ideias e sonhos", afirma.

No vídeo, o ex-prefeito pede para que se leve o "grito de Lula livre para as ruas". Ao final, ele faz a letra L com a mão direita. O nome de Haddad também aparece com destaque junto à marca da campanha.

Como o ex-presidente está preso em Curitiba em função de sua condenação no processo do tríplex, discursos antigos foram usados no vídeo. O principal deles é do dia 7 de abril, do discurso que ele proferiu em São Bernardo do Campo (SP) antes de se entregar à Polícia Federal. "Não adianta tentarem evitar que eu ande por esse país porque tem milhões e milhões de Lula para andar por mim".

No início do vídeo, as imagens de arquivo de Lula são entremeadas pela sombra de Haddad, que passa a aparecer apenas cerca de 35 segundos depois. A gravação tem um minuto e dez segundos de duração.

A partir de então, Haddad passa a conduzir a narrativa, sempre recuperando imagens passadas de Lula com trilha incidental.

O vídeo foi divulgado no mesmo dia em que Haddad começa seu giro por cinco estados do Nordeste. O ex-prefeito está intensificando sua agenda de campanha porque Lula teria ordenado a divulgação da candidatura. "A orientação geral é a gente botar o bloco na rua". 

Nesta terça (21), ele esteve ao lado do governador da Bahia e candidato à reeleição, Rui Costa (PT), e do ex-ministro Jaques Wagner (PT), candidato ao Senado. 

"Impacto brutal"

No encontro, eles comentaram os resultados das pesquisas eleitorais divulgadas na segunda-feira (20), que apontam o crescimento de Lula. O ex-presidente, segundo o Ibope, tem 37% das intenções de voto, à frente de Jair Bolsonaro (PSL), com 18%, e Marina Silva (Rede), com 6%, e Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), com 5% cada um. 

Para Haddad, a recomendação do comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), feita na última sexta-feira (17), "teve um impacto brutal na pesquisa". A pesquisa foi realizada entre a sexta e o domingo (19).

Lula, porém, está inelegível em função da Lei da Ficha Limpa, sancionada por ele em 2010. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda analisa o registro de candidatura do ex-presidente. Em sendo barrado, Haddad deverá ser o candidato do PT.

Na mesma pesquisa Ibope, um cenário sem Lula apontou liderança de Bolsonaro (20%), seguido por Marina (12%). Haddad aparece com 4%, atrás de Ciro (9%) e Alckmin (7%).

Wagner diz esperar que a transferência de votos para Haddad não seja necessária e que o TSE libere Lula para a disputa. Mas ele avalia que a "transferência aumenta a cada dia que Lula está preso". Junto ao ex-ministro, Haddad reforçou que a campanha de Lula não está trabalhando com essa hipótese, de transferência, neste momento.

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