Marina Silva minimiza sua vantagem sem Lula: "Não trato voto como herança"

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

  • Leonardo Martins -22.ago.2018/UOL

    Marina Silva, e seu vice, Eduardo Jorge, encontram-se com agricultores em São Paulo

    Marina Silva, e seu vice, Eduardo Jorge, encontram-se com agricultores em São Paulo

Após a divulgação da primeira pesquisa Datafolha após o registro das candidaturas e o início da campanha eleitoral, a candidata da Rede à Presidência Marina Silva desconversou sobre se seria beneficiada por uma eventual herança de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representante do PT na corrida ao Planalto.

"Eu não trato o voto das pessoas como se fosse uma herança. O voto do cidadão é livre e ele vai dar a quem achar que é melhor para o Brasil", afirmou a presidenciável nesta quarta-feira (22), durante uma visita à área rural de Parelheiros, extremo sul da cidade de São Paulo.

No cenário do Datafolha divulgado nesta quarta-feira que inclui o ex-presidente, Marina Silva aparece em terceiro lugar com 8% das intenções de voto, empatada tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%). A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Já sem Lula na corrida, Marina e Ciro dobram seus índices, ficando com 16% e 10% respectivamente.

Preso desde abril, Lula está inelegível, em tese, de acordo com os critérios da Lei da Ficha Limpa. Mesmo assim, o PT o registrou como candidato do partido e Fernando Haddad como vice na chapa. Ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Haddad deverá substituir Lula caso a candidatura do ex-presidente seja barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O Ministério Público Eleitoral pediu a rejeição da candidatura de Lula.

Leia mais sobre o Datafolha:

Na agenda desta quarta-feira, Marina Silva também repetiu uma das frases que tem sido recorrente durante sua campanha, atacando a candidatura do PT. Questionada se Haddad, provável substituto de Lula, iria crescer nas pesquisas, ela afirmou que "a sociedade brasileira não vai cometer o mesmo erro de 2014. A aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema." A referência é à reeleição de Dilma Rousseff (PT), que sofreu o impeachment dois anos depois da vitória.

O Datafolha mostrou também que cerca de 40% do eleitorado de Ciro e Marina dizem que votariam "com certeza" em um candidato indicado por Lula. Caso esses eleitores decidissem, de fato, mudar seus votos para o ex-prefeito, Marina cairia para 10%, segundo o instituto.

No cenário testado sem o ex-presidente, Haddad aparece com 4% das intenções de voto.

Marina diz que vai priorizar agricultura familiar 

Ao lado de seu vice na chapa, Eduardo Jorge (PV), Marina conversou com uma família de agricultores em Parelheiros e afirmou que a valorização da agricultura familiar será uma das prioridades do seu governo caso seja eleita. 

"[Deve-se] valorizar a agricultura familiar. Ela produz 16 milhões de empregos e é responsável por mais da metade do abastecimento da alimentação dos brasileiros. Nosso programa prioriza técnica e crédito para os agricultores familiares e agricultores agroecológicos. Também priorizamos tecnologias adequadas feitas pela Embrapa", disse. 

Marina mostrou intimidade com as práticas agrícolas e lembrou até de leguminosas que agricultores do Acre, seu estado natal, costumam utilizar em plantações. Ela também ressaltou que criará programas para fazer uma ponte entre a agricultura familiar e as escolas. 

"Priorizamos também os programas para a produção de alimentos da agriculta familiar para as escolas. Isso dá um apoio para o agricultor familiar vender sua produção".

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