Alckmin e Marina reagem a Bolsonaro, que quer ECA "rasgado e na latrina"
Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
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Ciete Silvério/Divulgação
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, participa de entrevista coletiva, nesta sexta (24), em Belo Horizonte
Os candidatos à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e pela Rede, Marina Silva, reagiram nesta sexta-feira (24) às críticas feitas pelo adversário deles do PSL, Jair Bolsonaro, ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Ontem, no interior paulista, Bolsonaro defendeu que o ECA fosse "rasgado e jogado na latrina" ao ser indagado sobre declaração dele que afronta o estatuto. O presidenciável defendera o ensino do uso de armas pelos pais como forma de não se "criar uma geração de covardes" -- prática proibida pelo ECA –e definira, minutos antes, que todos os seus filhos atiraram com munição de verdade a partir dos cinco anos de idade.
Quem merece ir para a latrina da história são ideias e atitudes que ofendem a sociedade brasileira e as nossas instituições incitando a violência como solução para todos os problemas. https://t.co/
— Marina Silva 18 (@MarinaSilva) August 24, 2018
Em seu perfil oficial no Twitter, Marina escreveu que "quem merece ir para a latrina da história são ideias e atitudes que ofendem a sociedade brasileira e as nossas instituições incitando a violência como solução para todos os problemas". O comentário da candidata, acrescido de um "criança porta livro, não arma", acompanhou reportagem com fala de Bolsonaro criticando o ECA.
Criança porta livro, não arma.
— Marina Silva 18 (@MarinaSilva) August 24, 2018
Em seguida, a ex-senadora pelo Acre mencionou ter sido "a primeira candidata a assinar o compromisso público pelos direitos das crianças na primeira infância", da Rede Nacional Primeira Infância, e destacou que essa é a fase da vida em "que se formam os valores que serão a base do desenvolvimento para toda a vida. O cuidado com os brasileirinhos será prioridade máxima no nosso governo", escreveu.
Sem menção direta a Bolsonaro, Alckmin, durante agenda de campanha em Minas Gerais, afirmou que, se eleito, será "o presidente da primeira infância".
Ao lado do candidato do partido ao governo estadual, o senador Antonio Anastasia, Alckmin visitou na capital mineira o Lar de Antonio Tereza, que realiza trabalho com crianças e adolescentes em convênio com o poder público.
"Quero ser o presidente da primeira infância, [porque] esse é o investimento mais importante: investir na criança, nos pequeninos , não deixar ninguém para trás. Isso que vai diminuir desigualdade no Brasil", afirmou o tucano. Sobre o mesmo assunto, ele também acenou ao público feminino –onde Bolsonaro encontra maior rejeição, segundo as pesquisas de intenção de voto recentes: "E [é preciso] garantir a segurança para as mamães, que sabem que seus filhos vão estar bem cuidados alimentados e iniciando o processo de aprendizagem. O Brasil ainda tem fora da pré- escola, faixa de 4, 5 ano de idade, 440 mil crianças --nossa meta é zerar isso", afirmou.
O tucano foi questionado duas vezes na coletiva sobre Bolsonaro, que lidera os cenários de primeiro turno sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele evitou, no entanto, críticas diretas ao adversário. "Há um abismo na política entre o falar e o fazer – já fizemos, e isso faz toda a diferença", resumiu.
ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina, diz Bolsonaro
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