Lisete chama Skaf de "candidato do Temer" e leva bronca de Boris Casoy

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

A candidata Lisete Arelaro (PSOL) foi protagonista de uma confusão envolvendo o jornalista Boris Casoy e os candidatos Paulo Skaf (MDB) e João Doria (PSDB) durante o segundo debate entre candidatos ao governo do Estado de São Paulo, promovido nesta sexta-feira (24) pela RedeTV!, em parceria com a revista IstoÉ!, e retransmitido pelo UOL.

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No terceiro bloco do encontro, ao ser perguntada por Casoy a qual candidato direcionaria uma pergunta, Lisete respondeu: "eu escolho o candidato do Temer", fazendo alusão ao atual presidente, Michel Temer (MDB).

Após segundos de silêncio, Casoy replicou: "Candidato do quê?". Lisete insistiu: "Do Temer. Paulo Skaf". Ao fundo, foi possível ouvir risos e aplausos da plateia.

Foi a vez, então, de uma intervenção da jornalista Mariana Godoy: "Paulo Skaf já foi, ele não pode", disse, lembrando que, pelas regras do debate, um candidato que já foi perguntado uma vez - caso de Skaf no momento - não poderia mais ser escolhido pelos demais.

Ao prosseguirem as reações da plateia, Casoy interveio novamente. "Um momento. A senhora tem que perguntar para um candidato identificado aqui, eu por exemplo não sei quem é o candidato do Temer", afirmou, ao que se ouviram ainda mais reações da plateia, desta vez, em uníssono descrédito.

"Por favor, não se manifestem. Temos que manter as regras do debate. Depois a senhora ataca. Escolha um dos candidatos", disse o jornalista.

As manifestações da plateia tiveram que ser contidas pelos jornalistas em vários momentos durante o debate. Pouco antes, Mariana Godoy disse que "lamentaria" agir de tal forma, mas que poderia chamar os seguranças presentes no estúdio para identificar quem entre os presentes estava incentivando os gritos, palmas e assobios.

Alex Silva/Estadão Conteúdo
Os jornalistas da RedeTV! tiveram que mediar confusões ao longo do debate desta sexta

Lisete, que já se encontrava próxima ao local onde os candidatos devem se colocar para falar frente a frente, voltou a dizer o nome de Skaf. Enquanto Casoy  afirmava, mais uma vez, que o candidato do MDB não poderia responder à pergunta, Luiz Marinho (PT) se deslocou até ela e disse algo em seu ouvido - a dupla estava distante do microfone e, portanto, não foi possível ouvir o que foi dito.

"E o Doria, pode perguntar a ele?", afirmou então Lisete. Após nova manifestação de Casoy de que queria "manter a ordem do debate", a candidata do PSOL se dirigiu, por fim, a Doria, questionando-o sobre as agressões sofridas pelos professores durante protestos na gestão do tucano na Prefeitura de São Paulo.

Logo ao iniciar a resposta, o candidato do PSDB insinuou uma possível interferência do candidato do PT na escolha de Doria para responder a pergunta. "Professora, primeiro com todo respeito, achei curioso que o Luiz Marinho que sugeriu para a senhora quem a senhora deveria convidar para estar aqui", respondeu o ex-prefeito da capital.

A candidata então replicou: "você era minha primeira escolha". Irritado, Casoy interveio mais uma vez: "Por favor, a sua resposta, candidato".

O burburinho ao fundo permaneceu, ao que Doria afirmou ao microfone: "São os seus 30 anos de PT, quem é PT sempre PT, não é, professora?".

"Isso não pode acontecer, está fora das regras, eu vou pedir ao senhor que complete a sua resposta", interrompeu Casoy. Em seguida, o jornalista atendeu a um pedido de Doria para que o relógio que controla o tempo para a resposta fosse reiniciado. "Professora, por favor, mantenha-se dentro das regras", voltou a dizer o mediador.

Mais confusões

Nem o jornalista da emissora Reinaldo Azevedo passou imune a uma bronca de Casoy durante o debate desta sexta. Azevedo perguntou a Márcio França (PSB) sobre o que chamou de uma "aliança informal" de seu partido com o PT. O atual governador de São Paulo respondeu, então, que "ao contrário" do que o jornalista havia falado, o PSB resolveu não lançar candidato à Presidência da República.

"Não é regra, mas eu quero um direito de esclarecimento. Governador, eu falei em aliança informal. Portanto, a minha observação estava correta", retrucou Azevedo ao fim da fala de França.

"Não, não pode, Reinaldo, por favor, vamos continuar", interferiu Casoy. "Vamos dar sequência ao debate", reforçou Mariana Godoy, ao que Casoy voltou a falar: "Está fora das regras do debate, Reinaldo".

Em outro momento do debate, os jornalistas também deram bronca em Doria e Marinho, que mesmo ao fim do tempo estabelecido para perguntas e respostas continuaram trocando provocações.

O debate desta sexta foi o segundo entre candidatos ao governo de São Paulo. Além de Doria, Marinho, França, Skaf e Lisete, participaram Marcelo Cândido (PDT) e Rodrigo Tavares (PRTB).

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