Eleições 2018

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A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, negou que o partido tenha uma estratégia de "Lula ou nada" no caso de não conseguir recursos que garantam o ex-presidente na disputa pelo Planalto. "Somos um partido político com histórico e responsabilidade no país. Nós nunca pregamos um posicionamento de 'nada'", disse a senadora em entrevista à TV 247, nesta terça-feira (4).

Na semana passada, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) barrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto com base na Lei da Ficha Limpa. Lula foi condenado, por órgão colegiado, em segunda instância, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o que o torna inelegível.

"Mesmo na época da ditadura, na época daquelas eleições forjadas, denunciamos aquele processo, mas participávamos, inclusive para buscar a conscientização, para podermos fazer o contraponto", comentou Gleisi. "O PT tem uma grande responsabilidade com o país, o presidente Lula também tem."

A senadora voltou a ressaltar, porém, que o partido tentará viabilizar a candidatura de Lula enquanto for possível. "Nós queremos estar com Lula. Enquanto tiver chance de nós lutarmos, e brigarmos, e tivermos um fio de esperança, nós vamos fazê-lo. Nós não vamos desistir de Lula como eles querem que a gente desista com essa facilidade. Nós vamos brigar muito para ter Lula".

Não seremos nós do PT, do partido do Lula, a retirar sua candidatura para seguir o script [roteiro] que a Justiça quer

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT

A presidente do partido usa os números de pesquisas de intenção de voto para dizer que, "do ponto de vista eleitoral, seria um erro não ter Lula como candidato". Na última pesquisa Datafolha, o ex-presidente aparecia na liderança, com 39%.

Nesta terça-feira (4), o PT entrará com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) na tentativa de reverter a decisão do TSE. A defesa também voltará a acionar o comitê de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Pode ser que a gente consiga uma liminar. Depende de quem vai analisar isso no Supremo Tribunal Federal. Pode ser que a gente tenha uma decisão de permitir que Lula concorra 'sub judice'", disse a senadora.

O TSE deu prazo até o dia 11 de setembro, terça-feira da semana que vem, para que o partido troque a candidatura. A possibilidade é que o atual candidato a vice, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), assuma a cabeça de chapa.