Qualquer um que ganhar eleição estará sob suspeita, diz Bolsonaro

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira (5) que a eleição desse ano será contestada independente de quem seja o vencedor. O deputado federal disse que "outro lado vai arguir a suspeição" de qualquer um que ganhar.

Defensor do voto impresso, que foi derrubado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o candidato ao Palácio do Planalto foi instado a dizer o que fará se não ficar em primeiro no pleito, já que tem questionado a confiabilidade das urnas eletrônicas.

"Qualquer um que ganhar, vai estar sob suspeita essas eleições, com toda certeza", disse o presidenciável, sendo questionado em seguida se essa afirmativa também o incluía. "Qualquer um que ganhar, o outro lado vai arguir a suspeição", insistiu.

Em seguida, Bolsonaro fez críticas ao PT, que, segundo ele, descobriu que a chave do sucesso é a urna eletrônica --que estreou nas eleições municipais de 1996. "Por que nenhum país do mundo adota esse modelo, só o Brasil? Por que o Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos não adotam?", questionou. No ato, Bolsonaro chegou a chutar um Pixuleco, boneco que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu não acredito nessa forma de apurar votos", declarou o deputado federal, desconversando depois de ser indagado sobre o fato de colocar o pleito em questionamento antes mesmo do resultado.

Bolsonaro participou de carreata entre Ceilândia e Taguatinga, ambas regiões administrativas do Distrito Federal.

No início da entrevista coletiva, ele exaltou a "aceitação enorme" que recebe em qualquer cidade do país e falou em ganhar no primeiro turno. "Se o voto for impresso, eu sei que o Supremo derrubou isso, mas se tivermos como comprovar a lisura das eleições, a gente ganha no primeiro turno", disse Bolsonaro.

O candidato foi questionado por uma jornalista se não estava "sentando na cadeira" antes da hora, e disse que não está nem sentando em cadeira nenhuma, encerrando a entrevista.

Carreata

Organizada pela campanha do general Paulo Chagas (PRP), candidato ao governo do Distrito Federal apoiado por Bolsonaro, a carreata reuniu cerca de 1.000 veículos, segundo estimativa da Polícia Militar.

Em trios elétricos, eles foram seguidos por centenas de motos e carros, enquanto acenavam para transeuntes e apoiadores que acompanharam no chão.

Em sua maioria, pessoas que estavam na rua, em estabelecimentos comerciais ou em residências demonstraram apoio a Bolsonaro, mas houve manifestações pontuais de desaprovação, com pessoas apontando o polegar para baixo ou exibindo o dedo do meio para o candidato.

O ato foi iniciado em Ceilândia, cidade natal da mulher de Bolsonaro, Michelle, que não compareceu. A reportagem apurou que ela não gosta de comparecer a eventos políticos e preferia, inclusive, que ele não disputasse a Presidência da República.

"Minha esposa é de Ceilândia. Vamos ter a primeira-dama de Ceilândia ou não vamos?", disse o presidenciável ao público, do trio elétrico.

O evento foi encerrado com uma oração coletiva, do pai-nosso.

Em Brasília desde ontem para participar de sessão da Câmara, Bolsonaro viaja na tarde desta quarta para o Rio de Janeiro.

Nesta quinta (6), ele vai para Juiz de Fora (MG) participar de um ato de campanha e depois retorna à capital fluminense para assistir ao desfile de 7 de setembro, no feriado de Independência. Na semana que vem, ele deve ir ao Nordeste, passando por Recife e Caruaru (PE).

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