Candidatos à Presidência repudiam ataque a Bolsonaro; veja reações

Luciana Amaral e Diogo Max
Do UOL, em Brasília, e colaboração para o UOL, em São Paulo

Candidatos à Presidência da República repudiaram a facada sofrida pelo também presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na tarde desta quinta-feira (6) em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Em uma rede social, Ciro Gomes (PDT) afirmou repudiar a violência como linguagem política e se solidarizar com o concorrente. Ele pediu que as autoridades identifiquem e punam os responsáveis pelo ato.

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Marina Silva (Rede) afirmou que a violência é "inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia". Segundo ela, neste momento do país, que classificou como difícil, disse ser preciso "zelar com rigor pela defesa da vida humana e pela defesa da vida democrática e institucional". Ela também pediu que o atentado seja investigado e, o responsável, punido com todo rigor.

João Amoêdo (Novo) disse que o fato é "lamentável e inaceitável". "Independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato"

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) repudiou o ataque sofrido pelo presidenciável do PSL. "Sobre o episódio da facada no candidato Jair Bolsonaro, quero afirmar aqui que repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo."

Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu que a "política se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio".

O candidato do MDB, Henrique Meirelles, lamentou o ataque contra Bolsonaro e desejou uma "pronta" recuperação a candidato do PSL. "O Brasil precisa encontrar o equilíbrio e o caminho da paz. Temos que ter serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros", disse.

Candidato a vice pelo PT, Fernando Haddad, disse que o ataque com faca a Bolsonaro é "lastimável". "Nós, democratas, precisamos garantir um processo pacífico. Que horror isso."

O candidato João Goulart Filho (PPL) disse repudiar todo ato de violência contra qualquer ser humano. "Quem já sentiu na carne a crueldade da violência não pode compactuar com tais atos. Esperamos uma apuração célere e punição exemplar dos responsáveis", afirmou.

Eymael, do Democrata Cristão, manifestou repúdio ao "brutal e covarde" atentado contra Bolsonaro. "Essa agressão afronta o Estado Democrático de Direito e fere, também, de forma vil toda a Nação", afirmou o candidato.

Cabo Daciolo (Patriota) também repudiou o atentado contra Bolsonaro. "A nossa guerra não é contra homens, mas contra principados e potestades. Vamos ficar todos em oração!", falou o candidato.

O perfil do ex-presidente Lula (PT) retuitou uma mensagem da candidata ao Senado Dilma Rousseff (PT): "Acho lamentável. Não podemos incentivar o ódio. Quem fez isso não pode ficar impune. Isso não pode acontecer em um país democrático".

Manuela D'Ávila (PCdoB) afirmou que a eleição deve ser um espaço de debate de alternativas para o Brasil, não de ódio e violência. "Condenamos ataques a qualquer candidatura. A violência e o ódio não servem para o Brasil e nosso povo", falou.

A candidata do PSTU à Presidência, Vera Lúcia, afirmou que o comportamento de Bolsonaro "acabou por estimular" o ataque. "O PSTU acredita também que a pregação do próprio Bolsonaro a favor de resolver tudo à bala, de 'fuzilamento dos petralhas', entre outras mensagens de ódio, acaba por estimular este tipo de atitude da qual ele agora é vítima, embora não a justifique", afirmou. A candidata ainda disse que a agressão deve ser "totalmente" repudiada. 

Mais repercussões

A presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, repudiou toda e qualquer manifestação de violência, seja contra eleitores, seja candidatos ou em virtude do pleito. "As eleições são uma manifestação de cidadania por meio da qual o povo expressa sua vontade. Inaceitável que atitudes extremadas maculem conquista tão importante quanto é a Democracia."

O governador e candidato à reeleição em Minas, Fernando Pimentel (PT), manifestou repúdio contra a agressão "inaceitável". "Minas é um estado de tradição democrática, que estimula e defende o debate político civilizado e pacífico e que condena todo e qualquer tipo de intolerância, especialmente aquela que atenta contra a vida e a integridade das pessoas", afirmou.

A senadora Ana Amélia (PP), vice de Alckmin, disse que o ataque é "um grave risco" à democracia. "Meu repúdio a qualquer ato de violência. A agressão demonstra o grau de intolerância política que acontece em nosso país e precisa ser combatida", afirmou.

O PSOL condenou em nota o "grave atentado" sofrido por Jair Bolsonaro. "Nosso partido tem denunciado a escalada de violência e intolerância que contaminou o ambiente político nos últimos anos. Por isso, não podemos nos calar diante deste fato grave". O partido ainda espera que as autoridades tomem as medidas cabíveis contra o autor do ataque.

"É lamentável e repugnante a violência praticada", afirmou Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados. Para ele, a sociedade não deve tolerar atitudes que atentam contra democracia e pediu para que o caso seja esclarecido e punido "o mais rápido possível".

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), condenou a facada levada por Bolsonaro e disse que "agressões a qualquer cidadão que expõe suas ideias são inaceitáveis, atentam contra a democracia e a ordem constitucional". Ele pediu para que o agressor seja exemplarmente punido.

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ataque sofrido pelo candidato do PSL agride o sistema democrático. "Há tempos menciono e critico o ódio que se difunde na sociedade. A facada em Bolsonaro fere a democracia. É inaceitável humana e politicamente", disse.

"Diferenças políticas ou ideológicas devem ser resolvidas por meio de diálogo e nunca da violência", disse a ONG Human Rights Watch por meio de nota em que condena o ataque.

Ataque aconteceu durante ato de campanha

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado no abdômen em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) nesta quinta-feira (6). A informação foi confirmada pela Polícia Militar mineira e pela Polícia Federal. Um homem, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.

Bolsonaro está estável, mas a lesão foi profunda. O político vai permanecer na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e ainda não tem previsão de alta. "Pelo menos uma semana", diz o médico-cirurgião da Santa Casa de Juiz de Fora, Luiz Henrique Borsato.

Seu quadro é "naturalmente grave" devido aos ferimentos sofridos. Ele está respirando sem ajuda de aparelhos e já recobrou a consciência.

Bolsonaro chegou ao hospital em estado de choque e tinha perdido muito sangue. Também estava com a pressão muito baixa. Vai precisar de outra cirurgia para reverter a colostomia --bolsa coletora de fezes que fica presa fora do abdome.