Médicos: Bolsonaro chegou a hospital com forte hemorragia, mas está estável

Hanrrikson Andrade

Do UOL, em Juiz de Fora (MG)

A Santa Casa de Juiz de Fora (MG) realizou uma entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (6) para informar o estado de saúde do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que no início da tarde foi esfaqueado durante um ato de campanha na cidade mineira. Ele foi submetido a uma cirurgia de duas horas.

Segundo os médicos que participaram da entrevista, o candidato à Presidência está estável, mas seu quadro é "naturalmente grave" devido aos ferimentos sofridos. Ele está respirando sem ajuda de aparelhos e já recobrou a consciência.

O que os médicos disseram:

  • Bolsonaro corre risco de vida? Neste momento, não. Mas corria quando chegou ao hospital.
  • Qual o estado atual? Grave, porém estável, consciente e respirando sem ajuda de aparelhos.
  • Quais órgãos foram atingidos? Intestinos grosso e delgado. Houve ainda uma grave lesão em uma veia abdominal.
  • O fígado e o pulmão foram atingidos? Não.
  • Quanto tempo ele ficará internado? No mínimo, de uma semana a 10 dias, mas é uma estimativa
  • Ele poderá ser transferido? Por enquanto, não.

Participaram da coletiva os cirurgiões Cícero Rena, Luiz Henrique Borsato e Gláucio Souza e o presidente da Santa Casa, Renato Villela Loures. De acordo com eles, Bolsonaro chegou ao hospital em choque, em estado grave e com pressão muito baixa devido à perda de sangue.

"Ele deu entrada no hospital com sinais de choque e hemorragia interna de caráter de urgência, volumosa, de uma veia do abdômen", explicaram.

Reprodução
Bolsonaro foi submetido a cirurgia na Santa Casa de Juiz de Fora

Eles informaram que a faca causou uma lesão grave em uma veia abdominal, que drena o intestino, e provocou a hemorragia, que foi controlada. O candidato precisou de uma transfusão de sangue.

O objeto perfurante atingiu ainda os intestinos delgado - três ferimentos menores, solucionados com suturas primárias - e grosso - onde eles fizeram um procedimento mais complexo, uma colostomia, que consiste em conectar o órgão a uma bolsa intestinal fora do abdômen. Para retirá-la, o candidato terá que passar por uma segunda cirurgia.

Não houve nenhuma lesão no fígado nem no pulmão, como foi especulado inicialmente.

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Os médicos afirmaram também que, a princípio, Bolsonaro deverá ficar internado por pelo menos um período de uma semana a 10 dias, mas ressaltaram que se trata de uma estimativa.

Questionados se Bolsonaro corria risco de vida neste momento, os médicos disseram que não. Afirmaram, porém, que toda lesão com arma branca pressupõe riscos.

"Nas primeiras horas após a cirurgia, a recuperação tem sido muito satisfatória", informaram os cirurgiões.

O presidente da Santa Casa informou que Bolsonaro está internado em uma ala fechada do 11º andar do hospital. De acordo com Loures, o fechamento da ala não prejudica o atendimento a outros pacientes. "É uma ala do hospital já reservada para esses casos."

Segundo os médicos, Bolsonaro só teve contato com os filhos por enquanto, desde que recobrou a consciência - ele está sob efeito dos sedativos. Além dos filhos, assessores do candidato também estão na UTI.

Por fim, os cirurgiões descartaram qualquer possibilidade de Bolsonaro ser transferido pelo menos até amanhã de manhã. Médicos do Sírio Libanês, em São Paulo, chegaram à Santa Casa para avaliar o estado de saúde do presidenciável. Nesta sexta, ele passará por nova avaliação da junta médica, às 8h.

Ataque

A Polícia Militar de Juiz de Fora confirmou que o esfaqueamento aconteceu na rua Halfeld, no centro da cidade. Um homem suspeito do crime foi preso em flagrante e levado para a superintendência da Polícia Federal na cidade mineira para prestar esclarecimentos. O suspeito, Adélio Bispo de Oliveira, foi filiado ao PSOL por pelo menos sete anos.

A presidente do diretório mineiro do partido, Maria da Consolação Rocha, repudiou o ataque sofrido por Bolsonaro e disse não se lembrar do histórico de militância de Adélio junto ao partido. Em sua página no Facebook, o diretório mineiro emitiu uma nota condenando o ataque.

O ataque ocorre a um mês das eleições presidenciais, marcadas para 7 de outubro. Bolsonaro lidera as últimas pesquisas de intenção de voto. 

Devido ao atentado, o presidente da República, Michel Temer (MDB), decidiu reforçar a segurança dos candidatos à sucessão presidencial. Em reunião com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (PPS-PE), ele definiu que aumentará o número de policiais federais que acompanham os pleiteantes ao Planalto. O efetivo será definido de acordo com as necessidades avaliadas pela PF.

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