Defesa diz que declarações de Bolsonaro foram 'combustível' para ataque
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, em Juiz de Fora (MG)
A defesa de Adélio Bispo de Oliveira disse nesta sexta-feira (7) que as declarações de suposto cunho racista do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foram o 'combustível' para que ele atacasse o candidato.
Adélio, que deu uma facada no político durante atividade de campanha em Juiz de Fora (MG), teve a prisão preventida decretada nesta sexta e, segundo determinação da Justiça, será transferido para um presídio federal de segurança máxima.
"Foi um combustível. Esse discurso de ódio é que desencadeou essa atitude extremada do nosso cliente", declarou o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos quatro representantes jurídicos do suspeito.
A defesa voltou a destacar que Adélio agiu sozinho. "Ele salienta que agiu de forma solitária. Aquele dolo, aquela intenção, era só dele. Não estava mancomunado, não havia concurso de pessoas", disse o advogado.
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Segundo a PF, uma investigação deve apurar se Oliveira agiu de maneira solo e isolada, conforme relatou quando detido pela Polícia Militar, além de identificar se ele tem distúrbios psicológicos.
A estratégia de defesa, segundo Oliveira Júnior, é reconhecer a autoria do crime e requerer à Justiça "medidas atenuantes" em caso de condenação.
"A situação é muito confortável, não por questão de impunidade. Pelo contrário. Se a defesa vai trabalhar nesse processo, ela vai trabalhar até com o pedido de condenação. Mas um pedido de condenação levando em consideração todas as circunstâncias atenuantes em prol do nosso constituinte."
De acordo com o advogado, até mesmo a motivação política do atentado serviria como atenuante. "A própria motivação política, o próprio discurso de ódio da vítima. Ele (Bolsonaro) trazia, até como meta de campanha... Nosso constituinte é negro, se considera um negro, e aquela declaração de que um negro não serviria sequer para procriar atingiu de uma forma avassaladora a psique de nosso constituinte", afirmou o Oliveira Júnior, citando a afirmação de Jair Bolsonaro em palestra na Hebraica do Rio, em 2017. A declaração foi motivo de pedido de processo por parte da Procuradoria Geral da República.
O time de defensores viajou a Juiz de Fora depois de um contato de familiares e membros das Testemunhas de Jeová, explicou Zanone ao rebater as acusações deputado federal Fernando Francischini (PSL).
Francischini, que participou da audiência de custódia que definiu a prisão preventiva do suspeito, insinuou que o agressor, desempregado e de origem humilde, não teria condições para pagar os honorários de quatro advogados. Por esse motivo, o parlamentar levantou suspeita acerca de um possível financiamento do atentado.
"Fomos contatados por membros da igreja para que viéssemos aqui", justificou Zanone. (*Com informações do Estadão Conteúdo)
Veja como foi o ataque a Bolsonaro em MG
Segundo a PF, uma investigação deve apurar se Oliveira agiu de maneira solo e isolada, conforme relatou quando detido pela Polícia Militar, além de identificar se ele tem distúrbios psicológicos.
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