Campanhas desejam força a Bolsonaro em propaganda na TV

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

As campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) se solidarizaram neste sábado (8), em seus programas no horário eleitoral na televisão, com o candidato Jair Bolsonaro (PSL), alvo de um ataque a faca durante ato de campanha na quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG).

Já a coligação de Bolsonaro aproveitou os pouco mais de oito segundos aos quais tem direito para pedir orações a Bolsonaro. "O povo brasileiro continua unido em oração pelo nosso Jair Bolsonaro", disse um locutor. Ao fundo da mensagem, uma hashtag desejava #forçajair. Imagens do ataque não foram exibidas.

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Alvaro Dias deu início ao programa eleitoral da TV, às 13h, dizendo que abria mão de fazer campanha naquele momento. "Eu interrompo a minha campanha, em solidariedade a Jair Bolsonaro. Não é na faca ou na bala que vamos resolver os problemas. Indignação e raiva são coisas diferentes. Com ódio, ninguém resolverá nada", disse o presidenciável.

O tucano disse que reza pelo adversário. "A política é a única ferramenta possível numa corrida eleitoral. Eu e minha família estamos em oração pela recuperação de Jair Bolsonaro. A política não se resolve na bala ou na faca", afirmou Alckmin, que foi o único a citar Bolsonaro na propaganda do rádio.

Na própria quinta-feira, algumas horas depois de Bolsonaro ter sido atingido, a coligação que apoia Alckmin entrou com um pedido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) solicitando uma mudança na propaganda que seria veiculada hoje, o que foi autorizado pelo ministro Carlos Bartide Horbach.

A propaganda eleitoral do tucano vinha criticando abertamente o presidenciável do PSL. Em um vídeo de campanha que chegou a ser alvo de representação de Bolsonaro, projéteis atingem objetos que simbolizam o "desemprego", o "analfabetismo", a "fome", entre outros. Ao final, uma bala segue em direção à cabeça de uma criança. "Não é na bala que se resolve", diz a legenda --em alusão ao discurso do candidato do PSL.

Em outra inserção, Bolsonaro aparecia em embates e discussões com mulheres e uma legenda perguntava: "você gostaria de ser tratada desse jeito?". Ainda com enfoque no público feminino, a campanha de Alckmin chegou a exibir trechos de programas, nos quais o candidato do PSL defendia as desigualdades salariais entre homens e mulheres.

Neste sábado, embora tenha manifestado votos de recuperação a Bolsonaro, Alckmin não perdeu a oportunidade de alfinetar concorrentes. "Não é melhor colocar alguém que sabe governar, que já foi governador de São Paulo, do que alguém que está chegando e vai ter que pedir ajuda aos universitários a cada decisão?", questionou um locutor, ao final do programa.

Demais candidatos não mencionam ataque

Marina Silva (Rede) levantou a bandeira da educação e lembrou a sua alfabetização tardia, além de pedir votos, tanto no programa de TV, quando no do rádio. Com mais tempo, Henrique Meirelles (PMDB) ressaltou as suas experiências nos governos de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) e se apresentou como o "candidato da continuidade", nas duas inserções.

Com tempo reduzido, Guilherme Boulos (PSOL) e Cabo Dacciolo (Patriota) só pediram votos para suas legendas, enquanto Ciro Gomes (PDT) focou o seu espaço na geração de empregos. João Amoedo (Novo) só participou do programa de TV e disse que, em um eventual governo seu, "acabaria com privilégios".

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