PF analisará se família de Bolsonaro precisa de segurança, dizem filhos

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

Os filhos do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo e Flávio, afirmaram nesta segunda-feira (10) que a Polícia Federal analisará se há necessidade de estender a segurança à família do presidenciável. Após o ataque a faca sofrido pelo presidenciável em Juiz de Fora (MG), a Polícia Federal ampliou a segurança de 21 para 25 agentes por candidato.

O pedido da análise será feito por meio de ofício do PSL à Polícia Federal. Segundo os filhos de Bolsonaro, o partido deve protocolar o documento junto à corporação ainda nesta segunda.

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De acordo com eles, nesse pedido, não será especificado para quais parentes a segurança deve ser estendida --no fim de semana, eles manifestaram a vontade de que a mulher de Bolsonaro, Michele, e a filha de sete anos, passassem a ser acompanhadas por agentes da PF. Eduardo e Flávio afirmaram que essa definição ficará a cargo da Polícia Federal.

A informação foi dada por Eduardo e Flávio, deputado federal por São Paulo e deputado estadual no Rio, respectivamente, após reunião na tarde de hoje com o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, sobre o caso em Brasília. Eles afirmaram que, se possível, também gostariam de ser acompanhados por agentes da PF.

"Enquanto as investigações não chegam a uma conclusão ou alguma coisa mais transparente, é óbvio que a tendência é reforçar a segurança porque é uma situação totalmente atípica. Não se sabe se é uma articulação, um envolvimento político, se é um lobo solitário, se é um louco. Enquanto não tivermos esclarecimentos quanto a isso, somos todos alvos", disse Eduardo.

"Da nossa parte vamos redobrar a atenção. No Rio, já enfrento esse problema. Tem alguns locais onde há domínio de tráfico, por exemplo, que ameaçam quem faz campanha para Bolsonaro. Nessa situação, a gente sabe onde está o perigo. Do outro lado, como foi um atentado político, a gente não sabe onde mora o perigo [...] Mas não vamos deixar de ir pra rua levando a mensagem, porque esse tipo de crime não pode nos inibir de fazer uma campanha", declarou Flávio.

Veja como foi o ataque a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora

Segundo o deputado estadual, não há como ele dizer se o principal suspeito, Adélio Bispo de Oliveira, atuou ou não sozinho, porque o inquérito corre de forma sigilosa e os irmãos pediram que nenhuma informação fosse antecipada a eles.

Os filhos de Bolsonaro afirmaram que o candidato a vice-presidente na chapa, general Antônio Hamilton Mourão, continuará com suas atividades de campanha. Eventuais mudanças serão decididas pelo próprio Jair Bolsonaro, disse Flávio.

Ele ainda disse ser muito grato ao trabalho feito pela Polícia Federal inclusive creditando a rapidez no resgate do pai aos agentes que estavam no local do esfaqueamento.

A Polícia Federal tem 15 dias contados a partir de quinta (6) para finalizar o inquérito e apresentá-lo ao Ministério Público Federal em Minas Gerais, informou a corporação. Contudo, há a possibilidade de que peça uma extensão do prazo. Após concluído pela PF, o relatório será avaliado pelo MPF no estado, que poderá pedir novas diligências e, se concordar com o inquérito, oferecer uma denúncia.

Questionado sobre como a ausência de Jair Bolsonaro afetará a campanha, Flávio disse que ele deverá participar dela pela internet, como tem feito nos últimos dias com a divulgação de vídeos.

O deputado estadual aproveitou para criticar os institutos de pesquisa Ibope e Datafolha, dizendo que ambos deveriam ser "jogados no lixo" e que ele tem "convicção" da vitória do pai no primeiro turno. Isso porque, segundo ele, colocam Bolsonaro com menos intenções de votos do que ele realmente teria. Bolsonaro aparece na liderança da disputa presidencial em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) --que teve a candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com base na Lei da Ficha Limpa-- em pesquisas de ambos os institutos.

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