Gilmar diz ver possível "abuso" em ações contra candidatos nas eleições

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

  • Carlos Moura/STF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) criticou medidas judiciais adotadas contra candidatos durante o período de campanha eleitoral. Segundo o ministro, há casos de investigações sobre fatos acontecidos há alguns anos e que somente agora resultaram em denúncias e prisões.

O ministro fez as afirmações ao ser indagado por jornalistas sobre como analisava a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa, que é candidato ao Senado. Richa foi preso em uma operação que investiga o pagamento de propina envolvendo um projeto do governo do estado para modernização e manutenção de estradas rurais.

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Gilmar afirmou não ter informações sobre o caso concreto, mas disse ver com "dúvida" as ações contra candidatos nas eleições e citou as denúncias apresentadas contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), ambos candidatos a presidente.

"Pelo que estava olhando no caso do Richa é um episódio de 2011, vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, há alguma coisa que suscita muita dúvida", disse.

"Essas ações que já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos ou mais, no caso de Alckmin, Haddad, todos candidatos, e aí se anuncia uma ação agora. É notório um abuso de poder de litigiar. É preciso realmente colocar freios", afirmou o ministro.

Na última semana, Haddad e Alckmin foram alvo de denúncias apresentadas à Justiça pelo Ministério Público paulista.

Haddad foi acusado de ter cometido os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A denúncia afirma que ele teria recebido, de maneira indevida, R$ 2,6 milhões da UTC Engenharia.

Já Alckmin foi acusado por improbidade administrativa. A ação aponta o recebimento de R$ 9,9 milhões (em valores atualizados) em forma de caixa 2 pagos pela Odebrecht na campanha do tucano em 2014, quando ele foi reeleito para comandar o estado.

Ambos negam ter praticado qualquer irregularidade. 

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