"Perda de tempo", diz Alckmin sobre ideia de Mourão sobre nova Constituição

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo*

  • Ciete Silvério/Divulgação

    Geraldo Alckmin durante agenda de campanha eleitoral nesta sexta em Natal

    Geraldo Alckmin durante agenda de campanha eleitoral nesta sexta em Natal

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, rebateu nesta sexta-feira (14) a proposta defendida pelo candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão (PRTB), sobre uma nova Constituição -- mais resumida e elaborada não por uma Assembleia Constituinte com eleitos pela sociedade, mas por um "conselho de notáveis" indicado pelo presidente.

"Isso não tem sentido do ponto de vista jurídico, e, de outro lado, é perda de tempo – vamos perder um ou dois anos, e o Brasil tem pressa, são poucas mudanças constitucionais [PECs] que precisam ser feitas no comecinho do ano que vem", afirmou o tucano, durante agenda de campanha em Natal.

Alckmin reforçou o discurso que vem adotando em que destaca que o início de 2019 será um momento-chave para aprovação de reformas, dada a legitimidade um presidente eleito provavelmente em segundo turno – com mais de 50% dos votos válidos. "Querer fazer uma nova Constituição é ter dois anos de debate e perder o momento mais importante do ano que vem para rapidamente recuperar a confiança", reforçou.

Também hoje, durante campanha no Distrito Federal, a candidata da Rede, Marina Silva, criticou as declarações de Mourão –dadas ontem em Curitiba.

"Em uma democracia, quem faz a Constituição, a Constituinte só é feita com os escolhidos soberanamente por uma sociedade. Qualquer coisa que não seja pelo voto soberano da sociedade elegendo seus constituintes é querer estabelecer uma Constituinte mediante uma forma de golpe", declarou a candidata, ao ser questionada especificamente sobre a fala do general.

A declaração de Marina foi dada durante passeata pelo Taguacenter, centro de comércio popular em Taguatinga, no Distrito Federal. Mais cedo, ela se reuniu com o chefe do Estado-Maior da Armada da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior. Ela disse que, no encontro, ele concordou que o "mapa do caminho é a Constituição".

* Com informações de Luciana Amaral, do UOL, em Brasília

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