Alckmin visita creche carente no DF, leva tombo e sofre com goteiras

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

Com direito a uma queda e improvisação, o candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, visitou nesta segunda-feira (17) uma creche comunitária na Cidade Estrutural, uma das regiões administrativas mais carentes do Distrito Federal.

Alckmin chegou na creche Alecrim debaixo de chuva, conversou com os funcionários e falou com as crianças atendidas no local. Ao brincar com uma delas, outras se empolgaram e, acidentalmente, derrubaram o candidato por trás, deixando-o de joelhos. Algumas crianças, porém, se assustaram com a movimentação da campanha e da imprensa e choraram.

Durante a visita, por causa da forte chuva que caía na capital federal, o chão da creche ficou encharcado. Funcionários tentavam amenizar a situação com rodos. Ainda assim, as goteiras no prédio não permitiam que o piso secasse. Em um dos pontos do teto, a goteira era tão forte que foi preciso colocar um balde alto para recolher a água. Em pouco tempo, o objeto estava transbordado.

Pedro Ladeira/Folhapress
Com os óculos molhados, Alckmin segura criança na creche na cidade Estrutural

Devido ao espaço limitado, parte da imprensa ficou de fora da cobertura dentro da creche. Em um momento de empurra-empurra de correligionários para acompanhar Alckmin, uma mulher subiu em pula-pula das crianças e quebrou o brinquedo. A campanha se comprometeu a reparar o dano.

A ida de Alckmin à creche foi marcada na manhã desta segunda-feira, informou um funcionário da creche. O espaço existe há oito anos e é mantido por doações e voluntários, que cuidam de 91 crianças. Em fevereiro deste ano, a cozinha da creche pegou fogo devido a um superaquecimento do fogão na hora do almoço. Todos conseguiram sair a tempo e ninguém ficou ferido.

De acordo com um funcionário, a administração da creche já chegou a procurar ajuda de pessoas ligadas ao governo do Distrito Federal, mas obtiveram como resposta que, se quisessem ajuda, teriam de ter um padrinho político.

Na saída da creche, Alckmin disse querer ser o "presidente da primeira infância". Ele ressaltou que o investimento em educação dos "pequeninos" é o mais importante que se pode ter junto à saúde e ao desenvolvimento social.

O candidato prometeu que irá zerar a falta de vagas em pré-escolas, além de universalizar o acesso a creches para crianças de 0 a 3 anos de famílias vulneráveis. Pela manhã, em Brasília, ele se reuniu com uma representante da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil, Florence Bauer, e assinou um documento em que assume o compromisso de zelar pelo futuro de crianças e adolescentes.

Antes de ir à creche, Alckmin visitou um centro de reciclagem a menos de 300 metros de distância. Em meio a bandeiras de apoiadores e pedidos de fotos, Alckmin fez rápido discurso para uma plateia formada majoritariamente por catadores. Ele ressaltou a reciclagem como forma de geração de emprego e de desenvolvimento sustentável.

Em determinado momento da fala, o microfone falhou, mas, assim, que arrumado, o tucano seguiu a fala lendo santinhos distribuídos e pedindo votos para candidatos de sua coligação no Distrito Federal. No evento, um homem chegou a gritar "Lula presidente", em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba pela operação Lava Jato e declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Alckmin reforça discurso contra Bolsonaro

Em um esforço de se contrapor ao adversário Jair Bolsonaro (PSL), que defende a flexibilização do porte de armas, Geraldo Alckmin afirmou que os problemas do país não podem ser resolvidos "a bala".

"Não vamos resolver o problema do desemprego na bala. Nós não vamos colocar as crianças nas creches, atender as mamães e as famílias na bala. Nós não vamos criar vagas nos hospitais, atendimento a quem precisa, na bala. Não será dessa forma. É com diálogo e com trabalho que o Brasil vai melhorar", afirmou.

Questionado sobre o fato de não crescer nas pesquisas de intenções de voto – ele aparece como quarto colocado nos últimos levantamentos –, disse acreditar que estará no segundo turno e que os votos para Bolsonaro podem ser um "passaporte" para a volta do PT ao poder.

"Vai ter muita oscilação até lá [7 de outubro, data do primeiro turno]. Acho que nós vamos chegar ao segundo turno. É um grande risco para o Brasil ficar no segundo turno entre o PT e Bolsonaro. Temos de evitar que isso ocorra", falou.

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