Vice vê Bolsonaro fragilizado e pede que posição sobre urnas seja relevada
Gustavo Maia
Do UOL, em São Paulo
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Danilo Verpa/Folhapress
Candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB) pediu nesta segunda-feira (17) que a posição do presidenciável de colocar em suspeita o processo de votação eletrônica seja relevada porque ele está "fragilizado" e passou por duas cirurgias graves.
"É aquela história, né? Vocês têm que relevar um homem que praticamente morreu, quase morreu, há pouco mais de uma semana. Passou por duas cirurgias graves. O cara 'tá' fragilizado. Então vamos relevar o que ele disse", declarou o general da reserva do Exército.
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Em transmissão ao vivo na tarde deste domingo (16), diretamente do quarto do hospital Albert Einstein, onde está internado desde o último dia 7, Bolsonaro criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) por derrubar a obrigatoriedade do voto impresso e disse que, sem esta garantia, há uma chance grande de fraude nas eleições de outubro.
"A narrativa agora [após a divulgação do Datafolha] é que perderei no segundo turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na fraude. Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta", declarou Bolsonaro.
Instado a dar a sua opinião sobre o tema, Mourão demonstrou pragmatismo e otimismo. "Minha posição é a seguinte: o jogo é esse, nós vamos jogar e vencer no primeiro turno", declarou.
Mourão afastou ainda a possibilidade de a chapa contestar o resultado eleitoral caso Bolsonaro não vença. "Não, pô, quem vencer, venceu. Só tenho pena do Brasil se o PT vencer, sinceramente", disse o militar.
Mourão também foi questionado se acha que deveria assumir a campanha e participar de debates diante da impossibilidade do companheiro de chapa. "Não, porque o candidato é o Jair Bolsonaro. Eu sou o apêndice dele, apenas isso", respondeu.
"Não é o caso, a não ser que ele tome essa decisão, e que os outros candidatos também aceitem. Isso aí não é uma coisa unilateral", explicou, o candidato a vice.
Ele declarou que, pelo que soube dos médicos, a expectativa é que Bolsonaro tenha condições de trabalhar na campanha apenas daqui a "umas três, quatro semanas". "Então, se por acaso a gente não vencer no primeiro turno, ele estará na campanha do segundo", disse.
Mas esta não foi a primeira vez que o candidato questionou o futuro resultado das urnas. Um dia antes de levar uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro afirmou que a eleição desse ano será contestada independente de quem seja o vencedor. O deputado federal disse que "outro lado vai arguir a suspeição" de qualquer um que ganhar.
A declaração de Bolsonaro gerou reações do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. Ele afirmou as urnas eletrônicas usadas nas eleições são confiáveis e que não tem "sentido" questionar a segurança dos equipamentos.
"Não tem absolutamente sentido isso, as urnas eletrônicas brasileiras são totalmente confiáveis", disse Toffoli.
Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou que o tribunal não iria se manifestar sobre as declarações de Bolsonaro.
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