Alckmin critica Mourão e diz que avós que criam netos são heroínas
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em São Paulo
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Werther Santana/Estadão Conteúdo
Alckmin fez caminhada na região do Brás, no centro de São Paulo
O candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) se disse "horrorizado" e considerou uma "ofensa" as declarações do candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general Hamilton Mourão (PRTB), que afirmou que casa 'só com mãe e avó' é 'fábrica de desajustados' para o tráfico.
"Quero destacar aqui que fiquei horrorizado com as declarações do general Mourão (...). Isso é uma ofensa às mães que criam seus filhos na dificuldade, as vezes dois, três filhos. As avós, essas heroínas que criam crianças", disse Alckmin nesta terça-feira (18) em campanha pelo Brás, região central de São Paulo.
Alckmin deu a declaração ao respondeu sobre ter de ceder direito se resposta à campanha de Bolsonaro.
Apesar de negar que manterá vai a estratégia de atacar Bolsonaro, disse que sua campanha vai "mostrar os riscos que o Brasil está correndo".
Após declarações à imprensa, o tucano tirou selfies pelos corredores da Galeria Pagé e abraçou eleitores na rua Hanneman.
Até chegar a uma padaria na esquina para tomar um café, Alckmin ouviu alguns consumidores e lojistas gritarem "Bolsonaro" e "mito", em referência ao adversário que lidera as pesquisas.
Em momentos que o coro ameaçava crescer, membros da campanha rebatiam "Brasil urgente, Geraldo presidente".
Debandada do Centrão
Estagnado nas pesquisas de intenção de voto e com perda de apoio de alguns aliados, como o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o tucano negou que sua base esteja fragmentada. O PP é o partido de Ana Amélia, vice na chapa de Alckmin.
O tucano disse que às segundas ou terças-feiras se reúne com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), coordenador político da campanha, para discutir a campanha política e descartou uma mudança de estratégia na reta final.
Indulto a Lula
Ao ser perguntado sobre a possibilidade do candidato Fernando Haddad (PT) conceder um indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, Alckmin considerou a medida um "acinte à Justiça".
Nesta terça-feira, Haddad disse que, se eleito, não dará um indulto ao ex-presidente.
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