Juiz autoriza realização de exame psiquiátrico em agressor de Bolsonaro

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • Polícia Militar/AP

    Adélio Bispo, em foto divulgada pela PM

    Adélio Bispo, em foto divulgada pela PM

O juiz da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, Minas Gerais, Bruno Savino, autorizou nesta terça-feira (18) a realização de um exame psiquiátrico no agressor do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira. A decisão foi publicada nesta quarta (19).

O pedido foi feito pela defesa de Adélio Bispo, que está preso em uma penitenciária federal em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Após o exame, que ainda não tem data para acontecer, os advogados de Bispo deverão usar esse laudo técnico para sustentar um segundo pedido de avaliação de insanidade mental. O primeiro foi negado pela Justiça por falta de indícios de insanidade do agressor.

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O médico responsável pelo exame será o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, cujo em endereço profissional é na cidade de São Paulo, indicado pelos advogados de Adélio Bispo. O Ministério Público Federal pediu que o procedimento fosse acompanhado por um médico da penitenciária de Campo Grande. A defesa ainda pediu que um dos advogados estivesse junto. No entanto, o juiz entendeu não ser necessário mais pessoas na ocasião, uma vez que o exame servirá como subsídio de eventual novo pedido de avaliação de insanidade mental, e não se tratar de atendimento ambulatorial ou assistencial.

"Assim, para a realização daquele ato, cuja finalidade é unicamente subsidiar o requerimento de instauração de incidente mental, somente se faz necessário o contato entre o investigado e o médico psiquiatra, sendo prescindível, em vista da natureza do ato, a presença de outro médico ou mesmo de representante da defesa técnica", afirmou o juiz Bruno Savino.

Na manifestação, o MPF também revelou que Adélio Bispo de Oliveira se consultou com um psicólogo em 10 de setembro e com um psiquiatra em 11 de setembro. Ambos os profissionais já são lotados no presídio.

Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 deste mês, durante um ato de campanha, em Juiz de Fora. Uma veia abdominal e os dois intestinos foram atingidos. Ele passou por cirurgia na Santa Casa da cidade e foi transferido para São Paulo no dia seguinte, onde permanece internado.

Adélio foi preso no próprio dia 6.

Em depoimento à Justiça e ao ser interrogado por policiais federais que atuaram em sua prisão, Adélio Bispo admitiu ter sido o autor do atentado contra Bolsonaro. Em uma oportunidade, disse que agiu "a mando de Deus".

O crime está sendo investigado pela Polícia Federal, que instaurará um segundo inquérito para apurar as informações coletadas até o momento, segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele informou que a previsão é de que o primeiro inquérito, que apura autoria, materialidade e circunstâncias do crime, seja encerrado nesta semana.

O candidato do PSL é o líder da última pesquisa Ibope, divulgada ontem, com 28% das intenções de votos, seguido por Fernando Haddad (PT), 19%, e Ciro Gomes (PDT), 11%.

Ao longo da semana passada, Bolsonaro demonstrou sinais de evolução e chegou a ser transferido da UTI para a semi-intensiva. Na noite de quarta-feira (12), no entanto, precisou passar por uma cirurgia de emergência por conta de uma obstrução no intestino, voltando à UTI.

Veja como foi o ataque ao candidato Jair Bolsonaro

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