Eleições 2018

• Apuração
• Raio-x
• Pesquisas
• Candidatos

Internado há duas semanas na Unidade de Terapia Semi-Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) evolui com "melhora clínica progressiva e sem disfunções orgânicas", segundo boletim médico divulgado na tarde desta sexta-feira (21).

Os médicos informaram que, graças à recuperação dos movimentos intestinais, ele iniciou pela manhã dieta pastosa, "com ótima aceitação".

Um dia depois de apresentar aumento de temperatura, para 37,7 ºC, e ser submetido a uma drenagem para retirar resíduo de líquido ao lado do intestino, o candidato está sem dor, sem sinais de infecção e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa.

Além disso, segundo os médicos, Bolsonaro segue realizando exercícios respiratórios, de fortalecimento muscular e períodos de caminhada.

O comunicado é assinado pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor superintendente do Albert Einstein, Miguel Cendoroglo.

"Nunca me senti tão bem", diz candidato em vídeo

No início da tarde desta sexta, o presidenciável divulgou vídeo em suas redes sociais no qual aparece sorridente e falando para a câmera que espera ter alta até o fim do mês. Ele afirmou ainda que nunca se sentiu tão bem na vida.

Bolsonaro está hospitalizado há 15 dias, quando levou uma facada no abdômen durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Desde então, ele passou por duas cirurgias, uma na Santa Casa da cidade mineira, no dia do ataque, e outra na semana passada, para desobstruir o intestino, no Einstein.

"Bom dia, amigos. 21 de setembro, sexta-feira, véspera da primavera. Nunca me senti tão bem na minha vida. Meu muito obrigado a todos vocês", inicia o deputado federal na gravação.

"Até o final do mês, se Deus quiser, estarei de alta, onde então, juntos, enfrentaremos o 7 de outubro, o novo marco no rumo do nosso Brasil. Estamos juntos. Até a vitória. Valeu", completou.

A boa notícia que vem do hospital ocorre em meio a conflitos dentro da campanha. Ao fim de uma semana em que provocaram polêmicas e foram enquadrados pela campanha de Bolsonaro, o candidato a vice na chapa, general Hamilton Mourão (PRTB), abrandou o tom do seu discurso, enquanto Paulo Guedes, espécie de guru do candidato, cancelou pelo menos três eventos nos últimos dois dias. 

Planos para alta

Apesar de a equipe médica ainda não ter divulgado qualquer previsão de alta do candidato, familiares e aliados já começaram a planejar os passos do deputado para quando ele deixar o hospital. 

O plano é que Bolsonaro seja levado de volta para o condomínio onde vive na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo um de seus filhos, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é possível que a família acione o chamado "home care" [atendimento domiciliar], se os médicos entenderem necessário.

Embora as limitações médicas dificultem planos de campanha, Eduardo disse achar que, se continuar evoluindo, o pai terá condições de participar do último debate do 1º turno, promovido pela TV Globo e marcado para o 4 dia de outubro.

"Se o médico liberar, vontade não falta", declarou o parlamentar, após reunião da cúpula da campanha do presidenciável na última terça (18), em São Paulo.

A reportagem apurou que a ideia é mostrar força a poucos dias do pleito. A avaliação é que a comoção com o ataque já rendeu o que tinha que render e que é preciso fazer um esforço final para atrair votos antipetistas.

Veja como foi o ataque ao candidato Jair Bolsonaro