Democracia deve ser preservada sob qualquer resultado, diz Barroso

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

  • Nelson Jr./STF

Preocupado com o quadro de polarização política pelo qual o país atravessa, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso fez uma defesa veemente da democracia da preservação das instituições.

"A fotografia do atual momento brasileiro é muito sombria. Mas na vida tudo passa. Não devemos nos hipnotizar pelo negativo. Precisamos ressaltar as conquistas de 30 anos de democracia", disse Barroso nesta sexta-feira (21) a uma plateia de investidores em evento promovido pela corretora XP Investimentos, em São Paulo. "Temos que reafirmar o compromisso democrático. Precisamos preservar as instituições, independentemente das preferências políticas."

Barroso defendeu o respeito ao resultado das urnas, independentemente de qual seja o candidato vencedor. "Quem ganhar as eleições, leva. E deve se respeitar o direito das maiorias de governarem. Assim é a democracia. É o regime em que a divergência é absorvida institucionalmente e civilizadamente. Quem perde também deve ser respeitado."

Barroso, afirmou que o presidente eleito deverá ter respeito à Constituição e ao direito de todos. "Para governar com legitimidade, as maiorias devem se pautar pelo jogo democrático e respeitar o direito de todos. O STF é o guardião das regras."

O ministro também fez uma análise dos fatores que levaram à polarização política do país. Para ele, três fatores explicam esse fenômeno: o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o aprofundamento das investigações contra corrupção e o sucesso dos dois mandatos do ex-presidente Lula, cujos erros de administração só foram sentidos nos anos seguintes, mas não foram percebidos pela população.

"A conta chegou depois, mas o que ficou na memória das pessoas foi o sucesso daquela época. Elas não avaliam que os erros daquela época provocaram a crise econômica e o desemprego nos anos seguintes. Nem mesmo a condenação penal do ex-presidente Lula apagou essa imagem positiva da população sobre ele", disse Barroso.

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