Haddad vira coadjuvante ao lado de Dilma durante comícios em MG

Luciana Amaral

Do UOL, em Belo Horizonte

Em uma série de comícios por Minas Gerais nesta sexta-feira (21), o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, virou um coadjuvante ao lado da ex-presidente e candidata ao Senado Federal Dilma Rousseff, sua colega de partido.

Os eventos de campanha passaram por Ouro Preto, Betim e Montes Claros. Haddad e Dilma também contaram com a companhia do governador do estado e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT), e a candidata a vice-presidente na chapa de Haddad, Manuela D'Ávila (PCdoB). No entanto, quem sempre mais animava o público presente era a ex-presidente.

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Por volta das 8h, antes da chegada do grupo a Ouro Preto, um locutor tentava animar os militantes presentes nas ladeiras da cidade histórica em uma chuvosa manhã.

Ele começou dando "bom dia" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Operação Lava Jato e preso em Curitiba, e então passou a repetir um dos lemas da campanha, "Lula é Haddad", e a elogiar o candidato. O público se animou, mas não reagiu muito ao nome do ex-prefeito de São Paulo. Por outro lado, a cada citação a Dilma, era possível perceber aplausos, gritos de apoio e entusiasmo das pessoas.

Este foi o primeiro comício de Haddad em Minas Gerais com Dilma já como candidato à Presidência após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerar Lula inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ao chegar em Ouro Preto, com duas horas de atraso, o grupo visitou o Museu da Inconfidência e depositou flores no túmulo com os restos mortais de Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes –, e Haddad leu uma carta que escreveu para Pimentel. O ato foi fechado, inclusive para a imprensa. 

Ao saírem do museu e subirem no palanque montado na praça Tiradentes, em frente à instituição, Dilma era a mais assediada pelos militantes. Embora cheia, a praça não ficou lotada. A segurança ao redor do local foi reforçada com grades de metal e policiais. 

Ao ser anunciada, a candidata ao Senado foi ovacionada pelos presentes que gritaram "Dilma, guerreira da pátria brasileira". Em discurso, ela criticou os adversários do PSDB – Antonio Anastasia lidera as intenções de voto ao governo do estado, e o principal rival da ex-presidente em 2014, Aécio Neves, concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados – e chegou a gritar "Aécio virou pó" junto ao público quando o algoz foi criticado por aliados petistas.

Dilma elogiou Haddad e o chamou de professor que anda com suas pernas por Lula. Nestes momentos, a plateia não demonstrou êxtase e permaneceu atenciosa, em silêncio. Ao falar, Haddad se focou mais em Lula e em propostas de governo na área de educação – Ouro Preto é conhecida por ser ainda uma cidade universitária. Não se pode dizer que ele tenha decepcionado os presentes, mas não era a estrela da festa.

Se era a mais requisitada, Dilma também soube agradar os presentes com beijos, selfies e corações com as mãos. No comício em Betim, chegou a autografar um livro e dançou ao som dos jingles das campanhas. A alguns metros de distância – poucas vezes os dois permaneceram um ao lado do outro, trocaram olhares e se encostaram –, Haddad arriscou poucos passos e logo resolveu esperar a vez de falar ao microfone.

Um dos momentos de maior animação da plateia foi quando o presidenciável apresentou sua mulher, Ana Estela, com quem é casado há 30 anos, e elogiou Dilma, chamando-a de garota. A ex-presidente agradeceu o gesto e continuou a curtir a popularidade em alta com os militantes do alto do trio elétrico.

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