"Tem muito trabalho pela frente", diz Haddad após novo Ibope

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

  • DARIO OLIVEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

    24.set.2018 - Haddad (PT) concede entrevista a jornalistas ao chegar a evento em São Paulo

    24.set.2018 - Haddad (PT) concede entrevista a jornalistas ao chegar a evento em São Paulo

Após a divulgação de nova pesquisa Ibope nesta segunda-feira (24), o candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) afirmou que "tem muito trabalho pela frente" e que irá trabalhar com "tranquilidade" até o dia 7 de outubro, data marcada para o primeiro turno das eleições deste ano.

"A gente vai acompanhando as pesquisas. Vocês sabem que não sou muito de comentar pesquisas", afirmou o candidato, que voltou a dizer que nos próximos dias de campanha irá manter uma postura de "serenidade" e que o Brasil precisa de propostas. 

"Tem muito trabalho pela frente. Vamos trabalhar até o dia 7 com tranquilidade", disse.

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A declaração de Haddad foi dada nesta noite em entrevista concedida a jornalistas pouco antes de o candidato participar de um ato de campanha em São Paulo, batizado de "Ato Nacional da Educação, Ciência e Tecnologia e Intelectuais". Ex-ministro da Educação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad tem utilizado sua experiência na área como o principal elo entre ele e o ex-presidente.

Já durante o evento, o petista afirmou que sua ascensão nas pesquisas é fruto de uma "revolução social" e fez uma referência implícita à Primavera Árabe, um conjunto de revoltas sociais que eclodiram no Oriente Médio em 2011 pela crise econômica e falta de democracia. Ao afirmar que "a primavera começou ontem de novo", em referência à estação do ano e ao fato histórico, Haddad foi aplaudido pela militância.

"Nós temos 13 dias de campanha. Já estamos esbarrando no primeiro colocado. Eles acham que isso é fruto de uma, duas pessoas. Não, isso é uma revolução social que é fruto da redemocratização", afirmou, dizendo ainda que essa campanha começou "com o fim do regime militar".

O Ibope divulgado nesta segunda aponta que Haddad foi de 19% para 22% em comparação à última pesquisa divulgada pelo Ibope, no dia 18. Com isso, o candidato petista aparece isolado em segundo lugar. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 28% das intenções de voto, mesmo índice da pesquisa anterior.

Nas simulações para um eventual segundo turno, Haddad aparece à frente de Bolsonaro, com 43% das intenções de voto contra 37% do candidato do PSL. Antes, os dois apareciam empatados, ambos com 40%.

Questionado sobre os números para o segundo turno, Haddad não respondeu.

Críticas a Bolsonaro

Ainda que sem nomear seu adversário Jair Bolsonaro, o petista criticou falas do presidenciável do PSL e do seu candidato a vice, general Hamilton Mourão.

"O sujeito chegar e falar: não precisa aprovar uma nova Constituição no Congresso, eu nomeio notáveis... E as pessoas dizerem 'puxa, não tinha pensado nisso'. A elite parece que perdeu a noção", disse, referindo-se a uma declaração de Mourão.

O candidato também afirmou que "estamos vivendo um momento muito perigoso" e que "instituições democráticas que construímos a duríssimas penas estão em jogo".

Ciência e Forças Armadas

Na chegada ao evento nesta noite, Haddad prometeu que, caso seja eleito, irá destinar 2% do PIB (Produto Interno Bruto) para a Ciência, além de integrar departamentos científicos de empresas e das Forças Armadas.

"As Forças Armadas estão muito distantes no que diz respeito à ciência produzida nas universidades e institutos de ciência do antigo Ministério da Ciência e Tecnologia", disse.

O candidato ainda afirmou que irá "recuperar" o Ministério da Ciência e Tecnologia e disse que quer criar um sistema de produção científica no Brasil que "dialogue mais" com a comunidade científica. "Então, não só ampliar os recursos, mas sobretudo aumentar a integração dos vários departamentos do governo com produção e conhecimento".

Em seu discurso para os presentes, Haddad exaltou seu tempo à frente do MEC (Ministério da Educação). Ele utilizou grande parte do tempo para falar de medidas educacionais realizadas à época, como a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação), que prevê o investimento de 10% do PIB para a educação. 

"Fizemos uma coisa que eles [a oposição] achavam inimaginável, que foi não deixar nenhuma etapa do ensino para trás", disse.

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